Juros futuros de curto prazo fecham em alta após relatório de inflação
As taxas de juros de curto prazo negociadas na BM&F tiveram a maior alta em pelo menos um mês e meio nesta quinta-feira, com forte volume de negócios. O movimento se deu na esteira do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), do Banco Central, que consolidou expectativa do mercado de corte de 1 ponto percentual da Selic em abril, mas não endossou apostas de alívio monetário ainda mais intenso.
No mercado de juros, os vencimentos mais correlacionados à política monetária foram os mais negociados nesta sessão. O DI julho de 2017 girou mais de 460 mil ativos, no maior volume em cerca de um mês.Esse contrato reflete apostas para as reuniões do Copom de abril e maio. Na máxima, a taxa subiu 3 pontos-base sobre o fechamento, maior alta intradiária desde 24 de janeiro (5 pontos).
Às 16h, esse DI subia a 10,990% ao ano, ante 10,980% no ajuste anterior.O DI janeiro de 2018 - que concentra apostas para a política monetária ao longo de 2017 - ia a 9,880% (9,825% no ajuste anterior).O DI janeiro de 2019 avançava a 9,490% (9,430% no último ajuste).
A compra de taxa de juros foi motivada pelo entendimento de que o Banco Central não vai acelerar para além de 1 ponto o ritmo de corte da Selic. Nos últimos dias, alguns investidores começaram a montar posições alternativas em um Copom ainda mais agressivo.
A equipe de pesquisa de macro do Bradesco dizem que o RTI não mostrou sinais "claros" sobre a extensão do ciclo de afrouxamento monetário ou a avaliação do BC a respeito da taxa real de juros de equilíbrio da economia. Os profissionais mantiveram estimativa de que a Selic cairá para 8,5% ao fim do ano.
O chefe de pesquisa macroeconômica do BNP Paribas para a América Latina, Marcelo Carvalho, avaliou que o RTI deixou "pouca dúvida" de que o Copom parece inclinado a acelerar o ritmo de corte da Selic em abril. Carvalho diz que o documento reforça o "call" do BNP de corte de 1 ponto percentual da Selic em abril, com a taxa básica de juros devendo terminar o ano a 8%.
O UBS revisou o prognóstico para a Selic ao fim deste ano de 9% para 8,5%, depois de o BC ter sido mais claro na sugestão de aceleração do alívio monetário. A instituição passou a ver corte de 1 ponto em abril e maio, um de 0,75 ponto (julho) e de 0,50 ponto tanto em setembro quanto em outubro.
As taxas mais longas ficaram divididas entre o viés de alta do exterior - com elevação dos "yields" (retorno ao investidor) dos Treasuries - títulos do Tesouro americano - e a reação benigna à indicação do governo de que não trabalha com meta maior de déficit fiscal.O DI janeiro de 2021 tinha taxa de 9,870% (9,880% no ajuste de ontem).
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