Dirigível Hindenburg explodiu há 85 anos e foi consumido pelo fogo em 1min
Há 85 anos, no dia 6 de maio de 1937, acontecia a queda do LZ-129 Hindenburg, a maior aeronave já construída. O dirigível foi fabricado pela empresa alemã Zeppelin e tinha voado pela primeira vez no ano anterior.
Suas dimensões até hoje impressionam: Ele possuía 245 metros de comprimento por até 41 metros de diâmetro, podendo levar até 72 passageiros a bordo — sem contar os tripulantes. Para voar, ele era preenchido com 200 mil metros cúbicos de hidrogênio (um metro cúbico é o equivalente a mil litros), o que corresponde a cerca de 80 piscinas olímpicas.
Ele conseguia voar até 14 mil quilômetros de distância sem precisar parar para reabastecimentos, uma das maiores autonomias registradas até a atualidade. Entretanto, sua velocidade de 135 km/h era relativamente baixa quando comparada com a de aviões modernos de passageiros (de 850 km/h a 900 km/h).
A queda
No dia do desastre, o Hindenburg havia completado 77 horas de voo após decolar de Frankfurt (Alemanha) rumo a Nova Jersey (Estados Unidos). No destino, o clima era de tempestade, e o comandante da aeronave teve de aguardar uma melhora do tempo antes de tentar atracar o dirigível na base naval de Lakehurst.
Mesmo assim, foram feitas duas manobras sobre o atracadouro para tentar desembarcar a aeronave. Havia 97 pessoas a bordo, sendo 61 tripulantes e 36 passageiros.
Quando ele se aproximava do solo, teve início um incêndio na sua cauda, que consumiu todo o Hindenburg em menos de um minuto. Conforme a estrutura em chamas ia se aproximando do chão, várias das pessoas a bordo conseguiam pular da estrutura e fugir da tragédia.
A bola de fogo caiu em direção ao solo de maneira abrupta, deixando 36 mortos, sendo uma das vítimas uma pessoa estava no solo.
Inicialmente, várias teorias tentavam explicar o que havia ocorrido com o dirigível. Entre elas, especulava-se sobre uma possível sabotagem dos Estados Unidos ou de grupos oprimidos pelos nazistas, uma vez que a aeronave era utilizada como propaganda do governo alemão à época (ela era pintada com suásticas, inclusive).
Entretanto, a versão mais aceita até hoje é que houve uma descarga elétrica que atingiu o Hindenburg, iniciando o fogo que se espalhou rapidamente, já que o gás hidrogênio, responsável por manter o dirigível no ar, é altamente inflamável. Essa descarga teria sido causada pelo atrito com o ar, causando a fagulha.
Viagens ao Brasil
O Hindenburg servia a rotas transatlânticas ligando a Alemanha aos Estados Unidos e ao Brasil. Ele possuía, inclusive, um hangar especial, que fica onde hoje é a Base Aérea de Santa Cruz (Ala 12), no Rio de Janeiro, chamado de hangar do Zeppelin, em alusão à fabricante de dirigíveis alemã.
Atualmente, ele é utilizado pela Aeronáutica, e é um dos hangares de dirigíveis mais conservados do mundo.
Foram várias viagens ao Brasil, com sobrevoos em diferentes cidades, como Recife, onde ele costumava atracar antes de voltar para a Europa, e o próprio Rio de Janeiro.
"Oh, a humanidade"
A queda do Hindenburg foi um momento marcante também na história do rádio mundial. Enquanto observava as tentativas de atracagem na sua última viagem, o jornalista Herbert Morrison conta de maneira dramática o acontecido.
Enquanto narrava o procedimento para que o dirigível parasse em seu destino, ele foi surpreendido pelas chamas, mudando o tom de sua fala. Uma das frases mais marcantes foi "Oh, a humanidade", diante da perplexidade que a situação causava.
"Ela pegou fogo! Ele explodiu em chamas, e está caindo! [...] Oh, isso é terrível. Essa é uma das piores catástrofes do mundo. [...] Oh, a humanidade! Todos os passageiros gritando por aqui. [...] Eu... Eu vou ter que parar por um minuto porque eu perdi minha voz. Essa é a pior coisa que eu já testemunhei"
Herbert Morrison durante a queda do Hindenburg em 1937
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