Um hidroavião bimotor utilizado pelos EUA na Segunda Guerra Mundial e que que foi encontrado recentemente naufragado na costa do Rio Grande do Norte faz lembrar uma parte da história da FAB (Força Aérea Brasileira).
O modelo é um Consolidated PBY Catalina, também chamado pela Aeronáutica de Consolidated Vultee 28 (PBY-5A/C-10A), e tem capacidade anfíbia. Ou seja, pode pousar tanto na água quanto em terra.
Seu primeiro voo foi realizado em 1935, e continuou servindo diversos países até o pós-guerra. No Brasil, um modelo igual serviu à FAB entre os anos de 1943 e 1982 em missões de patrulha e do Correio Aéreo Nacional.
Afundou submarino nazista no Rio de Janeiro
Uma das principais façanhas do Catalina usado no Brasil, do mesmo modelo encontrado no RN, foi ter afundado um submarino nazista há 78 anos.
O submarino, um U-199, foi a pique após ataque da tripulação do Catalina da Aeronáutica enquanto estava a apenas 87 km de distância do morro do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro.
Em seu caminho para a costa brasileira, o U-199 já havia afundado outros navios, como um pesqueiro brasileiro, um cargueiro americano e outro navio inglês. Dias antes de ser avistado pelos militares brasileiros, o submarino havia derrubado um avião dos EUA, deixando toda sua tripulação morta.
A tripulação do Catalina brasileiro avistou o U-199 nazista, e atacou a embarcação alemã. Com a explosão do alvo, os brasileiros lançaram um bote salva-vidas para resgatar os sobreviventes — 12, de um total de 61 homens a bordo do submarino.
O avião foi pilotado pelo então aspirante a oficial Alberto Martins Torres. Após o feito, ele transmitiu o código "SSSS" (Sighted Sub Sank Same), que significa "submarino avistado e afundado".
Origem
O Catalina foi criado com o objetivo de ser um avião de patrulha e ataque antissubmarino. Ele fez seu primeiro voo em 1935, e foi fabricado até 1945, com quase 4.000 unidades entregues em vários países.
Ele teve um papel muito importante durante a Segunda Guerra Mundial, quando também realizou missões de bombardeio, escolta marítima, busca e salvamento e transporte. Seu desenvolvimento se deu na expectativa de criar um avião que pudesse voar a longas distâncias e tivesse a praticidade de pousar tanto nas águas quanto no solo.
Sua asa era alta, assim como seus motores, ou seja, ficavam acima do corpo do avião. Isso evitava problemas com o pouso na água e em pistas com pouco preparo, já que os motores poderiam ingerir pedriscos ou água se não estivessem afastadas do chão.
Após a guerra, diversos Catalinas passaram a ser usados em funções civis, como transporte de cargas e combate a incêndio.
Para poder pousar na água, após a decolagem, ele recolhe as rodas, que ficam presas em sua lateral. Sua barriga permite que ele flutue de maneira estabilizada, facilitando a decolagem na água.
Hoje, a FAB possui dois Catalinas tombados pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Um está localizado no Memorial da FAB na Amazônia, na Base Aérea de Belém (PA), e o outro está no Musal (Museu Aeroespacial), no Rio de Janeiro.
O avião naufragado
Recentemente, pesquisadores encontraram no litoral do Rio Grande do Norte um pedaço de um Catalina militar que pertencia aos Estados Unidos e que foi usado na Segunda Guerra Mundial. À época, o avião se dirigia a uma base norte-americana que ficava em Parnamirim, naquele estado, e completou 80 anos de desaparecido.
Havia dez pessoas a bordo do avião no momento da queda, e três sobreviveram. Elas foram resgatadas por pescadores brasileiros.
Ainda há a possibilidade de haver outros dez aviões naquele pedaço do litoral brasileiro.
Ficha técnica
Nome: Consolidated PBY Catalina
Comprimento: 19,5 metros
Envergadura (distância de ponta a ponta da asa): 32 metros
Altura: 5,65 metros
Peso máximo de decolagem: 16 toneladas
Autonomia (distância máxima voada sem parar para reabastecer): 4.030 km
Velocidade máxima: 314 km/h
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