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UOL News Economia #3: Investir em fundos imobiliários é pensar no futuro

Colaboração para o UOL, em São Paulo

22/10/2021 04h00

Os fundos imobiliários (FIIs) são indicados para quem deseja ter renda no longo prazo. Como é possível olhar para frente sem conhecer esse mercado? Este é o tema do terceiro episódio do podcast UOL News Economia, apresentado pelo repórter João José Oliveira, com dicas sobre investimentos. Ao todo, serão oito episódios, sempre publicados às sextas-feiras.

O sócio-fundador do Clube FII, Rodrigo Cardoso de Castro, esclarece neste programa as principais dúvidas sobre fundos imobiliários. Confira a entrevista, na íntegra, no arquivo acima.

Formado em tecnologia da informação, Castro vem de uma família que investe no mercado imobiliário há gerações. Ele começou a apostar em FIIs em 2009, e cinco anos mais tarde fundou o Clube FII. Para o especialista, a compra de cotas de fundos imobiliários é vantajosa porque aumenta a diversificação, fugindo da burocracia envolvida no mercado imobiliário real, garantindo mais liquidez para o investidor.

Ele explica que os investimentos nesse setor devem ser um projeto pensado para o futuro. "O aluguel e o valor das cotas acompanham a inflação, mas isso é no longo prazo. Você não compra um apartamento para vender daqui a seis meses. Ele [FII] vai criar essa condição para que você consiga já usufruir dessa renda no curto prazo, porque o que você compra agora já no mês seguinte você já consegue receber o aluguel",declara (ouça a partir de 9:23).

Ao mesmo tempo,o investidor pode ir montando um portfólio que vai gerar uma renda perpétua . "Para os jovens que estão começando a investir agora, ele vai ter muito mais tempo para acumular patrimônio. Por exemplo, com o fundo imobiliário, sobrou R$ 100 no mês, você vai poder comprar algumas cotas. Agora, imagina você ter disciplina e conseguir poupar cada vez mais, e cada vez mais comprar fundos imobiliários, no final de um período de 30, 40 anos você vai ter uma renda que provavelmente vai ultrapassar a renda do seu trabalho" (ouça a partir de 8:26).

Cardoso aponta que o mercado tem uma ampla gama de produtos negociados na Bolsa de Valores, muito maior do que se pode imaginar. "Os principais são agências bancárias, universidades ou qualquer imóvel relacionado a educação, fundos de fundos imobiliários, hospitais, hotéis, fundos de desenvolvimento. Temos fundos de lajes corporativas, galpões logísticos, recebíveis imobiliários, shoppings. Enfim, qualquer tipo de ativo que é um imóvel pode se transformar num fundo imobiliário (a partir de 4:27).

De acordo com o sócio-fundador do Clube FII, a principal diferença entre os fundos imobiliários e o mercado imobiliário está na liquidez. Isso porque um investidor pode comprar e vender ações em um processo célere comparado com a venda de um imóvel, que pode ultrapassar um ano.

Cardoso diz que esse investimento se assemelha a um aluguel de um imóvel. Ele explica ao podcast UOL News Economia como funciona a dinâmica do mercado. "Quando a empresa paga esse aluguel todo mês, o gestor faz a distribuição desse lucro para os seus cotistas. Geralmente esse lucro é auferido por cota. Por exemplo: se o fundo deu R$ 0,70 por cota ao mês, você tem uma cota deste fundo e vai ganhar R$ 0,70. Se você tem 100, vai ganhar R$ 70, e por aí vai" (a partir de 5:36).

Depois de entender o passo a passo, é preciso escolher bem quais serão as suas investidas no setor. Para isso, o investidor deve fazer algumas perguntas para fazer um investimento seguro

"É importante que ele olhe para o portfólio do fundo. Você acredita naquela região? Que ela vai crescer? Que tem uma boa localização para imóveis, por exemplo, de shoppings? É importante que o investidor se sinta confortável com aquilo que tem. Ele pode ler os relatórios gerenciais, porque o fundo é obrigado a informar para os cotistas os seus balanços, as suas perspectivas", declara Cardoso (a partir de 10:32).

Ele acrescenta que a diversificação na hora de comprar cotas ajuda a evitar surpresas desagradáveis. Embora tenha dito que os FIIs não tenham passado por "grandes traumas na nossa história", é fato que o setor sentiu a crise de coronavírus com o fechamento de milhares de imóveis, com destaque para shopping centers. Segundo o especialista, o investidor comete um erro ao vender suas cotas em um momento de adversidades como esse.

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