Um dos investimentos procurados por quem quer viver de renda são as ações. Ao aplicar, você se torna sócio de uma empresa e recebe parte do lucro do negócio periodicamente, por meio de dividendos, além de poder ganhar com a valorização do papel. O tema deste podcast UOL News Economia é como montar uma carteira de dividendos.
No terceiro episódio da segunda temporada (11ª edição do podcast em geral), quem participa é Sofia Abreu, especialista em finanças e investimentos.
A B3, a Bolsa brasileira, negocia ações de mais de 400 empresas todos os dias. Em meio a um mar de oportunidades e de negócios que não são tão bons assim, existem algumas dicas para separar o joio do trigo.
Pagadoras de dividendos: principais características
Para Sofia Abreu, quando o investidor pensa em formar uma carteira de renda passiva (que traz retornos periódicos dos investimentos), é fundamental buscar algumas características para escolher as empresas boas pagadoras de dividendos.
Segundo ela, em geral, são empresas maiores e consolidadas na Bolsa e no mercado em que atuam. "Geralmente esses setores onde elas atuam são chamados de resilientes. São setores mais estáveis da economia e que têm uma demanda inelástica por parte de nós, consumidores. Ou seja, faça chuva ou faça sol, as pessoas têm que continuar consumindo os produtos ou serviços oferecidos por essas empresas", afirma.
Entre eles, estão os setores bancário, elétrico, securitário e de saneamento. "Essas empresas têm chance de ser boas pagadoras de dividendos. Então, temos de voltar o nosso olhar diretamente para esses setores", diz.
Sofia diz que também é importante procurar empresas que já têm grande participação no setor em que elas atuam.
Segundo ela, como essas empresas já são muitos grandes, atuam em setores estáveis da economia e não têm para onde crescer, elas vão destinar boa parte da geração de caixa e de lucro entre os seus acionistas.
Em resumo, vale buscar grandes empresas, já consolidadas em setores resilientes e com grande participação no mercado em que atuam.
E as empresas que estão ainda em crescimento?
Segundo Sofia, nas empresas de crescimento (elas ainda não têm uma fatia grande do mercado, mas têm para onde expandir), a geração de caixa e o lucro são, em geral, reinvestidos na sua própria atividade, para conseguir se expandir e, com isso, conquistar mais mercado consumidor, produzir mais e prestar mais serviços.
"Então, temos essa dicotomia na Bolsa de Valores: as empresas menos consolidadas, chamadas de empresas de crescimento, que vão pegar o seu lucro para reinvestir, e as empresas chamadas pagadoras de dividendos. Essa é basicamente a diferença de posicionamento mercadológico entre empresas de alto crescimento e empresas boas pagadoras de dividendos", afirma.
O que é o dividend yield?
Sofia diz que o dividend yield é uma métrica que mede a relação entre os dividendos pagos por uma empresa e o preço da ação daquela companhia.
Por exemplo: A empresa "A" teve, em um ano, o dividend yield de 10%, e seu preço por ação é de R$ 100. Ou seja, 10% daquela valor da ação (R$ 10) retornou para o acionista na forma de dividendos dentro daquele período.
"Quem está em busca de uma carteira de renda passiva vai querer empresas que tenham o dividend yield considerável. Acima de 5%, já é um bom parâmetro para você separar empresas que são boas pagadoras de dividendos das empresas que não distribuem dividendos de uma forma tão recorrente e tão contundente", declara.
É importante destacar que o pagamento de dividendos no mercado de renda variável é incerto. Por mais que a empresa seja boa pagadora de dividendos, eventualmente ela pode não gerar lucros e, por isso, não fazer a distribuição dos resultados.
Quais outros indicadores olhar?
Além do dividend yield, Sofia aponta outros indicadores para o investidor olhar na hora de escolher empresas boas pagadoras de dividendos:
Payout: percentual do lucro que a empresa decide distribuir em forma de dividendos. "Por meio da sua assembleia de acionistas, a empresa é soberana para decidir quanto ela vai distribuir de lucro aos acionistas", diz.
Baixo endividamento: "Mesmo que a empresa tenha gerado muito lucro naquele trimestre, mas ela tenha muitas dívidas para vencer, ela vai ter outras necessidades mais urgentes. Ela vai ter que pegar o lucro que gerou e abater a sua dívida", diz.
Segundo a especialista, há duas métricas para analisar o endividamento de uma empresa:
-a dívida líquida sobre o patrimônio líquido: mede a relação do patrimônio da empresa e o seu endividamento; quanto maior for essa métrica, mais endividada está a empresa.
-a dívida líquida sobre o lucro operacional: mede a relação entre a dívida líquida e o lucro que a empresa vai ter.
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