UOL News Economia #8: Investir no exterior é alternativa à crise no Brasil
A compra de ativos no exterior ainda é uma opção pouco explorada pelos investidores brasileiros, mas pode ser mais uma opção para a diversificação da carteira de investimentos. O oitavo e último episódio da primeira temporada do podcast UOL News Economia, apresentado pelo repórter João José Oliveira, apresenta dicas para investidores que desejam expandir as fronteiras de suas carteiras.
O entrevistado deste episódio, Felipe Miranda, cofundador e economista da Empiricus, declara que a aposta no mercado estrangeiro oferece segurança para quem busca diversificar seu portfólio com a finalidade de preservar o retorno potencial e correr menos riscos. Confira o episódio, na íntegra, no arquivo acima.
A pergunta que Miranda faz é: se você tem uma carteira com títulos de renda fixa, ações em fundos imobiliários e até criptomoedas, por que não olhar para outros países? "É quase uma extensão desse raciocínio a gente imaginar que deve ter também uma diversificação geográfica e entre moedas. Por que concentrar em uma única moeda, no caso o real?", questiona (ouça a partir de 2:06).
De acordo com ele, o investimento no exterior se torna ainda mais atrativo porque o cenário no Brasil é de turbulência, principalmente com as projeções negativas para a economia em 2022. No entanto, Miranda ainda assinala que a taxa Selic contribui para manter o brasileiro confortável em investir apenas no país, deixando de olhar para Estados Unidos, Europa e Ásia, por exemplo.
"Hoje vários bancos já projetam queda no PIB para o ano que vem, um cenário inflacionário e de juro alto. Ou seja, os retornos em real podem acontecer, mas sob um nível de risco muito alto. Enquanto isso, a economia global cresce e não tem eleição presidencial ano que vem nos Estados Unidos. Não é má ideia essa diversificação regional", opina (a partir de 8:10).
Miranda orienta que o passo mais importante para um investidor é abrir uma conta em uma corretora no seu país de interesse. No entanto, há outras possibilidades para aqueles que acreditam que a burocracia possa ser um problema.
"O mais simples seria por meio das corretoras brasileiras que dão acesso lá fora. O cuidado é justamente a taxa de câmbio, o investidor tem que estar um pouco cuidadoso com isso. Às vezes não se paga corretagem, mas paga o spread no câmbio de 5%, 6% e seu retorno já fica muito prejudicado", alerta (a partir de 11:10).
Uma alternativa adicional para que o investidor não saia de casa é a compra de BDRs (Recibos Depositários Brasileiros), que são ações emitidas por empresas em outros países. Há uma gama de opções variadas para esse tipo de negócio, que vão desde a Microsoft até a Amazon.
As alternativas ofertadas nos Estados Unidos geralmente despontam com a primeira e única escolha do investidor. Entretanto, Miranda acredita que olhar apenas para a terra de Wall Street é um tanto limitador.
"Às vezes, as pessoas acham que diversificar internacionalmente é comprar na bolsa americana. Isso certamente é um grande benefício para o investidor e deve ser feito. Diversificar internacionalmente significa contemplar as mais variadas geografias. Se a Ásia é uma grande potência, por que não ter um pouquinho de Ásia no portfólio também? Tem que ter um pouquinho de Alemanha, Reino Unido, Ásia", diz (a partir de 15:10).
Com o panorama de tensões político-econômicas no Brasil, Miranda garante que quanto mais dinheiro o investidor puder investir no estrangeiro, mais segurança financeira ele terá. "[O investidor diz] 'Se eu tiver 5% lá fora tá bom'.Não, 5% é melhor do que 0%. Mas eu falo de 1/3, até metade lá fora. Eu gosto de ter uma coisa que é relevante lá fora, principalmente porque o Brasil não está fácil. Esse percentual também não é fixo, vai variando no tempo", encerra (a partir de 17:03).
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