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BC dos EUA deve reduzir programa de estímulo e indicar mudanças nos juros

Do UOL, em São Paulo

19/03/2014 11h29

O Banco Central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), termina nesta quarta-feira (19) uma reunião de dois dias. Investidores do mundo todo estão aguardando o resultado desta reunião, que será anunciado em um comunicado durante a tarde.

Esta é a primeira reunião em que Janet Yellen participa como presidente do Fed. Ela foi nomeada por Barack Obama e tomou posse em fevereiro deste ano.

A principal aposta de operadores e analistas ouvidos pela agência de notícias Reuters é de que o Fed deve reduzir, mais uma vez, seu programa de estímulos à economia.

Inicialmente, o Fed injetava US$ 85 bilhões por mês nos mercados. Esse valor foi reduzido duas vezes: em dezembro, para US$ 75 bilhões e, novamente em janeiro, para US$ 65 bilhões.

A decisão do Fed pode reduzir ainda mais a quantidade de dólares em circulação no mundo, e faz a moeda ficar mais cara. Além disso, sem essa enxurrada de dólares, os investidores tendem a preferir opções consideradas mais seguras, e tirar recursos de países emergentes.

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Dúvida sobre os juros

A principal dúvida de investidores e economistas é quanto ao posicionamento do Fed em relação aos juros no país. O banco central tem dito desde dezembro de 2012 que não vai considerar elevar as taxas de juros de curto prazo até que o desemprego caia para ao menos 6,5%.

Além disso, o Fed colocou como condição para elevar a taxa de juros que a inflação permaneça contida. 

A taxa de desemprego nos EUA está em 6,7%, próxima do patamar exigido pelo Fed. Mas isso aconteceu, em grande parte, por causa de pessoas que desistiram de procurar emprego.

Além disso, o Fed já afirmou que a economia ainda está longe de uma recuperação sólida, que dê condições para o aumento dos juros.

Alguns representantes do Fed também afirmaram que vão começar a sinalizar um aumento dos juros para breve, mas apenas por meio de expressões em suas atas e comunicados, sem falar em números ainda.

O desafio do Fed, neste caso, seria não alterar as expectativas dos investidores muito bruscamente, especialmente em relação ao momento em que os juros vão começar a subir.

Atualmente, os analistas estimam que isso deve ocorrer em meados do ano que vem.

O economista-chefe do Bank of the West, Scott Anderson, disse que o desfecho da reunião de hoje provavelmente será "um comunicado qualitativo menos transparente, e talvez menos útil" sobre as condições econômicas do país.

(Com Reuters)