Dólar sobe 1,22% no dia e atinge R$ 2,243, maior valor em três semanas
O dólar comercial fechou em alta de 1,22% nesta sexta-feira (25), cotado a R$ 2,243 na venda. É o maior valor desde 4 de abril, quando a moeda norte-americana fechou o dia a R$ 2,244.
Com isso, o dólar fecha a semana com valorização de 0,32%. No mês, a moeda acumula baixa de 1,17% e no ano, perdas de 4,87%.
Atuação mais moderada do BC após grande entrada de dólares no país
A queda do dólar nesta sexta foi influenciada, dentre outros motivos, pelo fato de o Banco Central não ter realizado leilão para adiar o vencimento (rolar) de parte dos contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em 2 de maio.
Até quinta-feira (24), o BC tinha rolado cerca de 74% dos contratos.
A assessoria do BC informou que não tem informações sobre o assunto, sem esclarecer se a rolagem terminou. Mesmo sem o leilão de hoje, ainda restam três dias para adiar o vencimento dos contratos que ainda faltam.
De acordo com a agência de notícias Reuters, alguns investidores já apostam que a rolagem não será concluída.
Segundo os analistas, a atuação mais moderada do BC é justificada pela grande entrada de dólares no país. Em abril, até o dia 23, havia entrado no país US$ 2,719 bilhões a mais do que tinha saído, informou o BC.
"É possível que o BC veja o atual nível do real como suficiente para manter a inflação sob controle para permiti-lo interromper as altas na Selic (taxa básica de juros) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (em maio)", escreveu o estrategista do Citi Group Kenneth Lam, em relatório.
Desde o início do ano, o dólar acumula queda de quase 5% sobre o real. O dólar mais barato ajuda a conter a inflação, já que muitos produtos são importados.
No entanto, o BC manteve seu programa de intervenções diárias no câmbio, com as novas regras anunciadas em dezembro. Foi vendida toda a oferta de 4.000 contratos de swap cambial, todos com vencimento em 2 de março de 2015. O BC também ofertou swaps para 1º de dezembro deste ano, mas não vendeu nenhum. A operação movimentou US$ 198,2 milhões.
Rombo das contas externas no 1º trimestre é o maior desde 1970
O rombo nas contas externas do Brasil atingiu US$ 25,186 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o maior da série histórica do Banco Central, que teve início em 1970. Antes, o maior rombo nas contas externas tinha sido registrado no primeiro trimestre de 2013: US$ 24,704 bilhões.
Isso representa a diferença entre o que o Brasil compra de outros países e o que vende para o exterior, tanto em produtos como em serviços. Os dados foram divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira.
Crise na Ucrânia preocupa
A alta do dólar no Brasil também refletia a valorização da moeda dos Estados Unidos no exterior.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que estaria pronto para impor mais sanções, se a Rússia aumentar as ações na Ucrânia em apoio a rebeldes no leste do país.
"A questão da Ucrânia está gerando aversão ao risco e o pessoal está saindo dos emergentes", resumiu o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Reginaldo Siaca.
(Com Reuters)
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