Dólar tem 4ª alta seguida e passa de R$ 3 pela 1ª vez desde agosto de 2004
O dólar comercial teve a quarta alta seguida nesta quinta-feira (5) e passou de R$ 3 pela primeira vez desde agosto de 2004. A moeda norte-americana fechou em alta de 1,03%, a R$ 3,012 na venda.
Em quatro dias, a moeda norte-americana acumula valorização de 5,44%.
Nas casas de câmbio em São Paulo, o dólar para turistas já é vendido por entre R$ 3,16 (em dinheiro vivo) e R$ 3,37 (no cartão pré-pago), já considerando o IOF.
Na noite de ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central subiu a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 12,25% para 12,75% ao ano.
Os investidores continuam preocupados com a possibilidade de o ajuste das contas públicas brasileiras não ser tão forte quanto o necessário, em meio a crescentes obstáculos políticos à implementação do cortes de gastos e aumentos de impostos.
Segundo analistas, a expectativa de uma política fiscal mais rígida era o único fator que continha a alta do dólar.
"Os problemas ainda são os mesmos. A tendência no curto, médio e longo prazos é dólar para cima", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo, à agência de notícias Reuters.
Contexto internacional
A alta do dólar aqui acompanhou o mercado externo.
A perspectiva de alta dos juros nos Estados Unidos também fez o dólar subir ao redor do mundo. Isso porque um aumento de juros nos EUA poderia atrair para lá recursos atualmente aplicados em países que pagam mais, como o Brasil.
Investidores esperam mais sinais no relatório de emprego do governo norte-americano, que será divulgado na sexta-feira.
Atuação do BC no mercado de câmbio
No Brasil, o BC manteve seu programa de intervenções no mercado de câmbio, mas agora com metade da oferta.
Foram vendidos 2.000 contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares): 1.700 com vencimento em 1º de dezembro deste ano, e os outros 300 para 1º de fevereiro do ano que vem.
O BC também fez mais um leilão para rolar os contratos que vencem em 1º de abril. Foram vendidos 7.400 contratos: 2.500 com vencimento em 1º de abril de 2016, e os outros 4.900 para 1º de junho do ano que vem.
A operação movimentou o equivalente a US$ 358,1 milhões. Ao todo, o BC já rolou o equivalente a US$ 1,435 bilhão, ou cerca de 14% do lote total, correspondente a US$ 9,964 bilhões.
(Com Reuters)
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