Ex-garçom abre restaurante e fatura R$ 15 mi por ano vendendo carne de bode

A experiência como garçom leva empreendedores a investir no setor da alimentação. No Recife, o paraibano Raimundo Dantas, 45, resolveu abrir uma banca de jornal há 20 anos, mas logo passou a servir comida e voltou a seu ramo. Hoje, Dantas é dono de três restaurantes e faturou R$ 15 milhões em 2013 servindo carne de bode.

Márcio Rogério Cardoso de Morais, 46, abandonou a bandeja há dois anos para apostar na venda de marmitas em Cornélio Procópio (a 440 km de Curitiba). Com o sucesso, Morais deve seguir os passos de Dantas e pretende abrir um restaurante. 

O conhecimento no ramo foi fundamental para que Dantas percebesse que a venda de petiscos e bebidas aumentaria o faturamento da banca de jornal, que comprou em sociedade com a irmã e o cunhado. No caminho da praia de Boa Viagem, os comes e bebes eram servidos no terreno ao lado da banca. 

O que impulsionou o crescimento do negócio foi a carne de bode, que até hoje é o carro-chefe dos restaurantes Entre Amigos. A ideia foi do cunhado Roberto Farias.

“No começo, não concordei muito, porque não havia o hábito de consumir carne de bode no Recife, mas fizemos um teste. Nós assávamos e oferecíamos degustação. As pessoas foram gostando e ficamos conhecidos como ‘bode’”, conta Dantas.

Hoje, nas unidades dos bairros Boa Viagem e Espinheiro, fazem sucesso pratos como bode assado (R$ 83,90 para três pessoas), pernil de bode (R$ 149, serve cinco pessoas), picanha de bode (R$ 89,90 para duas pessoas) e buchada de bode (R$ 41,90 para duas pessoas), diz o empresário.

O restaurante aberto no local em que nasceu o negócio tem 750 lugares e mantém a banca de jornal. A segunda unidade, inaugurada em 2003 no Espinheiro, tem capacidade para 590 pessoas.

Já o terceiro restaurante, inaugurado em 2013 na praia de Boa Viagem, tem espaço para 350 pessoas e é especializado em frutos do mar. "Quis montar um cardápio diferente por causa da proximidade com nosso primeiro restaurante", diz Dantas.

No Paraná, ex-garçom começa com marmitas e vai abrir restaurante

Depois de dez anos como funcionário de restaurante, Márcio Rogério Cardoso de Morais investiu R$ 20 mil e criou o Disk Marmitex Daimar há dois anos, em Cornélio Procópio (PR).

Ele vende de 100 a 120 marmitas por dia, de segunda-feira a sábado. As quentinhas custam R$ 8 (pequena), R$ 9 (média) e R$ 10 (grande). Ele não revela o faturamento, mas conta que está ampliando os negócios e conseguiu melhorar seu padrão de vida, colocando, por exemplo, seu filho em escola particular. 

“Como a empresa deu certo e tem um público fiel, aluguei a loja ao lado para abrir uma mercearia e um restaurante”, diz. A mercearia já está em funcionamento e o restaurante, que servirá pratos feitos, será inaugurado em julho, segundo ele.

Professor diz que conhecer o ramo diminui o risco do negócio

Para Paulo Vicente Alves, professor de estratégia da Fundação Dom Cabral, empreender em um área conhecida ajuda a diminuir os riscos do negócio. 

"Estes ex-garçons já conheciam um pouco a operação de um restaurante, o que facilita o dia a dia do negócio. Além disso, há a questão da afinidade, de gostar do que faz, o que também contribui para o sucesso", afirma.

Por outro lado, apostar em um produto novo, que não tem procura, como foi com a carne de bode, pode ser um risco, afinal, ele pode não emplacar.

"É necessário ser persistente e ter capital de giro para testar o produto por, pelo menos, seis meses para saber se haverá aceitação. Se a amostra grátis se converter em vendas, o produto pode ser mantido no portfólio", afirma.

Onde encontrar: 

Grupo Entre Amigos: www.entreamigosobode.com.br

Disk Marmitex Daimar: (43) 9131-6510 / (43) 9929-1739