Serasa: inadimplência das empresas cai 8,5% no mês, mas sobe 5,5% em um ano
A inadimplência das empresas brasileiras registrou queda de 8,5% em agosto na comparação com julho, de acordo com levantamento da Serasa Experian.
No entanto, quando comparado com o mesmo mês de 2013, a inadimplência das empresas teve alta de 5,5%, segundo a entidade. No acumulado do ano (de janeiro a agosto), o índice subiu 6,7% em relação a igual período do ano passado.
De acordo com os economistas da Serasa, o recuo da inadimplência no mês compensou parcialmente a alta de 12,9% registrada em julho.
No entanto, quando comparada ao ano anterior, a inadimplência das empresas continua em elevação devido ao agravamento da conjuntura doméstica, caracterizada por recessão econômica e aumento do custo financeiro para as empresas.
Os números diferem dos dados de inadimplência das empresas divulgados na última semana pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).
Segundo esse levantamento, o número de empresas com dívidas teve alta de 0,26% em agosto, na comparação com julho, e de 7,64% em relação a agosto de 2013.
Títulos protestados e cheques sem fundos puxam queda no mês
Os títulos protestados e os cheques sem fundos foram os principais responsáveis pela queda do indicador em agosto, com variações negativas de 24,2% e 13,3% e contribuições negativas de 6,5 pontos percentuais e 2,3 pontos percentuais, respectivamente.
As dívidas com os bancos também apresentaram declínio de 2,1% e contribuição negativa de 0,4 pontos percentuais. Já a inadimplência não bancária (cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica, água etc.) teve alta de 1,8%.
O valor médio dos cheques sem fundos caiu 7,8% no acumulado de janeiro a agosto, na comparação com o mesmo período de 2013. O valor médio das dívidas com os bancos também apresentou queda de 1,8%.
Já o valor dos títulos protestados e das dívidas não bancárias registraram altas de 7,8% e 6,4%, respectivamente.
Números podem variar de acordo com entidade
Dados sobre dívidas em atraso são coletados e divulgados por três empresas diferentes, em âmbito nacional: a Boa Vista, o SPC e a Serasa. Os dados divulgados podem ser diferentes uns dos outros.
A discrepância nos resultados pode ocorrer porque os números se referem apenas às lojas atendidas por cada uma das empresas. Seus números são válidos apenas para seus clientes, e não podem ser generalizados para todo o país.
As lojas podem contratar os serviços de qualquer uma das três ou de nenhuma delas.
Nenhum dos institutos revela detalhes de sua metodologia de pesquisa (como número total de clientes atendidos, distribuição geográfica e composição estatística), por considerar este dado uma informação estratégica da empresa.
Rodolfo Olivo, professor de finanças empresariais da faculdade FIA, faz uma ressalva em relação à abrangência das pesquisas. "Embora as bases de dados das empresas sejam nacionais, elas não podem ser consideradas representativas, porque não sabemos se são aplicados critérios estatísticos amplos", afirma.
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