Start-up que registra bike ajuda a polícia no DF e fatura R$ 40 mil por mês
Depois de ter uma bicicleta furtada e receber muitos conselhos para, por segurança, pedalar em grupo e não sozinho, o ciclista Alexandre Leonardo de Oliveira, 40, resolveu criar a Bike Registrada. A empresa cadastra bicicletas para facilitar sua devolução aos donos em caso de roubo, e o aplicativo é usado pela Polícia Militar do Distrito Federal.
O serviço chegou ao mercado em fevereiro de 2014, com investimento inicial de R$ 150 mil de um investidor-anjo. Sete meses depois, a empresa já tem um faturamento de R$ 40 mil por mês, segundo Oliveira. O lucro não foi divulgado. A empresa possui 47 mil clientes cadastrados e registra, em média, 6.000 novos por mês. O fundador diz que 87 bikes já foram devolvidas aos donos graças ao serviço.
Pelo site ou pelo aplicativo da empresa, o usuário faz o seu cadastro de ciclista e registra o número do quadro da bicicleta, que é único, como o chassi de um carro. Com o registro, pode atualizar o status da bicicleta se ela for roubada e pode transferi-la a um novo dono, se vendê-la.
Registro é grátis, mas selo para consulta custa R$ 29,99
O capitão Michello Bueno, porta-voz da PMDF, diz que os policiais usam o aplicativo, que facilita o dia a dia de trabalho. “Consultamos o registro da bicicleta em caso de abordagem a suspeitos e, se for constatado que ela foi roubada, conseguimos entrar em contato com o dono, o que antes não era possível”, diz.
O registro é grátis, mas, por R$ 29,99, o cliente recebe o selo Bike Registrada para colar na magrela. Segundo Oliveira, o selo inibe a ação de ladrões e facilita a consulta ao status da bicicleta.
“Por estar registrada em nome do dono, fica mais difícil repassar a bike roubada. O selo tem um QR code, para leitura pelo aplicativo de celular, que mostra na hora o status da bicicleta e permite entrar em contato com o dono se ela constar como roubada”, diz Oliveira. Ele diz que um de seus objetivos é ampliar o uso do serviço pelo poder público.
Registro permite saber origem da bike
Antes de criar a empresa, Oliveira era gerente de uma empresa de tecnologia da informação. A ideia de negócio surgiu em 2013, depois de ele se questionar sobre como poderia usar seus conhecimentos em tecnologia para ajudar outros ciclistas. Então, ele se juntou a três amigos também ciclistas, que o ajudaram a desenvolver o negócio e se tornaram sócios.
“O comércio de bicicletas usadas é muito grande, se assemelha ao de carros usados. Os ciclistas vendem entre si ou dão a bike usada como parte do pagamento por uma nova, nas bicicletarias. Com o registro, é possível saber a procedência da bike”, diz Oliveira.
A empresa participa da Brasil Cycle Fair, feira de negócios do setor, realizada de 27 a 30 de setembro de 2015, no Expo Center Norte, em São Paulo. O objetivo é apresentar o produto a potenciais clientes e fechar pelo menos 60 parcerias com lojistas e fabricantes. A feira é voltada a profissionais do setor e abre ao público em geral no último dia.
Desafio é ganhar escala rápido, diz especialista
Marcelo Maciel, presidente da Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas, organizadora da feira, diz que o mercado relacionado à bicicletas está em crescimento no Brasil. “Há oportunidades para pequenas empresas no setor de lojas, oficinas, bife cafés, acessórios, bicicletas artesanais, enfim, muitas possibilidades. Mas é fundamental conhecer a área e a cultura do cliente.”
Ele diz que a segurança –tanto no trânsito,quanto contra roubos– é um aspecto valorizado por ciclistas e por quem deseja se tornar um. “No entanto, ela precisa ter um banco de dados para que a consulta funcione. Quanto mais pessoas usarem, maior é a utilidade da ferramenta. O desafio deles é ganhar escala rapidamente”, diz.
Serviço:
Bike Registrada: www.bikeregistrada.com.br
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