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Site compara dólar e euro em corretoras e deixa cliente pechinchar preço

Os sócios Alexandre Monteiro (à esq.), Felipe Amaral e Stéfano Assis (à dir.) - Divulgação
Os sócios Alexandre Monteiro (à esq.), Felipe Amaral e Stéfano Assis (à dir.) Imagem: Divulgação

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/10/2015 06h00

Ao pesquisar cotações do euro para uma viagem de férias à Europa, o engenheiro Stéfano Assis, 30, não se conformou em ter de ligar de corretora em corretora para conseguir um bom preço. Da dificuldade, surgiu a ideia de criar um comparador online de moedas que permitisse pechinchar. Foi então que ele se uniu ao amigo Felipe Amaral, 30, para fundar o MelhorCâmbio (www.melhorcambio.com/).

A alta do dólar está ajudando o negócio. "A desvalorização do real faz com que as pessoas pesquisem mais antes de comprar moeda estrangeira", diz Assis. O site está no ar há três meses e apresenta as cotações de nove moedas em cerca de 80 corretoras nas principais cidades do país. Uma ferramenta de busca coleta as cotações das corretoras parceiras em tempo real e disponibiliza na página.

Para pechinchar, o usuário informa a quantidade de moeda que pretende comprar, em espécie ou em cartão pré-pago, e diz quanto gostaria de pagar. As informações são repassadas para as corretoras, que escolhem se aceitam a oferta ou não. Quanto maior o volume a ser comprado, maior é o poder de barganha do consumidor, segundo os empresários.

Eles dizem que essa espécie de leilão virtual é o que diferencia a empresa de concorrentes como o Exchange Money e o Jooin, comparadores que surgiram entre o fim de 2014 e meados de 2015. “Se fosse só um comparador, as corretoras que não praticam os menores preços poderiam ver desvantagem em aparecer ao lado das concorrentes e querer sair da plataforma”, afirma Assis.

Sócio vendeu carro para abrir empresa

Para fundar a start-up, os sócios investiram cerca de R$ 50 mil: Assis trocou o carro por uma moto, e Amaral resgatou investimentos que tinha. Agora, eles buscam investimento-anjo ou de fundos de capital para ajudar a empresa a crescer.

Os próximos passos, segundo os sócios, são aumentar a equipe de funcionários –hoje, são cinco sócios, mas apenas os fundadores se dedicam integralmente–, ampliar o número de corretoras parceiras e de cidades atendidas. Eles também estudam expansão para países que fazem fronteira com o Brasil.

Antes de investir na ideia, eles fizeram uma pesquisa informal na internet e constataram que muitas pessoas estavam dispostas a pagar por um serviço de comparação de cotações. O serviço, hoje, é grátis para o consumidor.

A empresa trabalha com três modelos de negócio: o primeiro e principal é o de comissionamento, similar ao adotado por agências de turismo. Eles entram em contato com o usuário após sua pesquisa para saber se a venda foi concretizada. Se sim, depois cobram uma comissão da corretora (o valor não foi divulgado).

O segundo é uma taxa cobrada por cada oferta que a corretora aceita, independentemente de ter realizado a venda ou não. Neste caso, eles dizem que a vantagem é a visibilidade alcançada pela corretora. O terceiro modelo é para empresas que não participam do leilão, apenas listam suas cotações no site: elas pagam uma mensalidade, cujo valor também não foi informado.

Negócio é copiável; desafio é crescer rápido

Marcelo Nakagawa, professor de empreendedorismo do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) diz que comparação de preços e comércio online são tendências e devem se estender a todo tipo de produto, inclusive moeda estrangeira. O desafio da empresa, no entanto, será conquistar um grande volume de fornecedores e de clientes, para se tornar referência na área.

“Esse negócio é facilmente copiável. Se chegar um concorrente com mais dinheiro para investir na divulgação da marca e numa plataforma mais amigável para o usuário, pode roubar o mercado deles”, diz. Outro ponto sensível do negócio, segundo ele, é a qualidade dos fornecedores, para evitar a venda de moeda falsa, por exemplo.

Antonio Carlos Porto Gonçalves, professor da Escola de Economia e Finanças da FGV (Fundação Getúlio Vargas), diz que toda ferramenta digital que ajuda a melhorar a competição em mercados é positiva. Ele diz que combinar o serviço a outros relacionados que já existem, como comparadores de preços de passagens aéreas e de hotéis, pode ser uma boa estratégia para expandir o negócio. 

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