Ela fatura R$ 230 mil com marmita e picolé de bolo de cenoura e brigadeiro
Fazer bolo de cenoura foi a forma que a arquiteta Marilia Lima, 27 anos, encontrou para aplacar os sentimentos de angústia no início da quarentena da pandemia em 2020. Foi o início da Cenoradas, loja especializada em bolo de cenoura com brigadeiro em formatos diferentes, como marmita e picolé. Em menos de um ano de funcionamento, faturou mais de R$ 230 mil e está abrindo a segunda unidade.
Ela estava sozinha em São Paulo e havia perdido o pai meses antes. "Tinha rotina intensa antes da pandemia, sempre lidando com pessoas e eventos, trabalho que não deu para continuar quando precisei ficar em casa", diz. Formada em arquitetura, ela atuava na área de marketing de uma empresa de moda do segmento de luxo.
Quando preparou o primeiro bolo, estava de férias. Pouco tempo depois foi desligada numa demissão em massa. Chegou a ser recontratada, mas decidiu abrir mão do salário fixo e empreender.
A primeira encomenda foi para uma amiga, que estava grávida. Ela pediu um bolo de cenoura com cobertura de brigadeiro. "Como só tinha aquelas marmitinhas de alumínio, resolvi assar nelas, o que também facilitaria o transporte, via delivery. Na tampa de papel, escrevi: 'Um bolinho chegou para alegrar o seu dia'", declara.
A amiga quis presentear outros amigos e fez novas encomendas. Junto com o bolo, Marília incluiu uma frase animadora e seu número de telefone. No primeiro dia, vendeu quatro bolos; no segundo, 16. Fechou a semana com mais de 200 bolos vendidos.
O começo foi improvisado. Na época, o apartamento de Marilia estava em obras e ela estava hospedada com uma amiga. Até a anfitriã precisou pôr a mão na massa e foi necessário ocupar a cozinha de outro colega, que morava no mesmo prédio.
Comprei um forninho elétrico às pressas. Trabalhava das 7 às 23 horas, todos os dias. Não tinha sábado, nem domingo. Além do bolo, tinha que fazer o brigadeiro.
Marilia Lima
No celular e nas redes sociais, chegavam mais e mais pedidos. "Naquele momento tão difícil, enxerguei algo de bom. Nasceu a vontade de criar um negócio inovador no ramo de alimentos", diz.
Loja física expandiu o negócio
A primeira loja foi inaugurada em maio do ano passado. Apesar de o negócio ter nascido na base das entregas, os clientes pediam uma loja física para sentar, comer o bolinho e desacelerar um pouco.
Ela abriu uma loja quando o comércio reabriu depois da quarentena. Já na primeira semana, a empreendedora precisou contratar uma segunda funcionária e, quatro meses depois, a terceira. Atualmente, são 17.
No começo do negócio, e por um bom tempo, o único produto oferecido era o bolo na marmitinha com brigadeiro. O formato permanece, mas os sabores cresceram: chocolate meio amargo, craquelado, Nutella e formigueiro.
O bolo original na marmitinha (270 g, R$ 26,50) está entre os três produtos mais vendidos, ao lado da barra de chocolate com recheio de bolo de cenoura (270 g, R$ 47) e do picolé de bolo de cenoura (110 g, R$ 18,90). Os preços são os da loja; no delivery, há variação. O cardápio atual conta com 22 produtos, incluindo bolos de pote, bombons e kits presenteáveis.
Futuro tem novas lojas e cozinha para delivery
A segunda loja Cenoradas tem inauguração prevista para este mês. A equipe também vai crescer —provavelmente mais 10 pessoas.
Desde junho passado, a empreendedora conta com dois sócios investidores. Cada um adquiriu 5% da empresa, mas ela não revela o valor do aporte. Ela pretende ampliar a primeira loja e abrir uma terceira.
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