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Que empresas mais ganharam e perderam no trimestre? Onde investir?

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

29/11/2022 12h22

Passada a temporada de balanços, quais foram as empresas que mais aumentaram seus lucros? E quais as que se afundaram mais, piorando o prejuízo, entre as empresas da Bolsa? E como isso pode afetar o desempenho das ações daqui para frente?

A plataforma TradeMap fez esse levantamento, a pedido do UOL, comparando o lucro líquido (ou prejuízo) das companhias entre o terceiro trimestre deste ano e o mesmo período de 2021.

A lista não mostra as empresas que mais lucraram ou que tiveram o maior prejuízo, nominalmente. Mas sim as que mais melhoraram seu resultado do ano passado para cá. Ou, na outra ponta, as que mais se deterioraram mais, que tiveram as piores performances.

A JBS (JBSS3), por exemplo, teve R$ 4 bilhões de lucro no terceiro trimestre. Isso, num ranking das empresas com maiores lucros no período, a colocaria na sétima melhor posição entre as companhias listadas.

Mas comparando o desempenho de agora com o terceiro trimestre do ano passado, quando a processadora de carnes lucrou R$ 7,585, o resultado da empresa - na verdade - encolheu R$ 3,571 bilhões. E é por isso, que pelo levantamento da TradeMap, ela está entre as piores colocadas, com a segunda pior performance registrada nesses três meses, em comparação com o mesmo intervalo de 2021.

Veja quem levou a pior e quem se deu bem no último trimestre.

Veja abaixo os 10 maiores lucros do trimestre

  1. Petrobras - R$ 46,1 bilhões
  2. Vale - R$ 23,29 bilhões
  3. Banco do Brasil - R$ 8,1 bilhões
  4. ItauUnibanco - R$ 7,88 bilhões
  5. Suzano S.A. - R$ 5,44 bilhões
  6. Bradesco - R$ 5,21 bilhões
  7. JBS - R$ 4,01 bilhões
  8. Ambev S/A - R$ 3,11 bilhões
  9. Santander - R$ 3,04 bilhões
  10. Gerdau - R$ 3,01 bilhões

Veja abaixo os 10 maiores prejuízos do trimestre

  1. Oi - R$ 3,06 bilhões
  2. Azul - R$ 2,01 bilhões
  3. Gol - R$ 1,55 bilhão
  4. Braskem - R$ 1,10 bilhão
  5. Raizen - R$ 880,12 milhões
  6. Natura - R$ 559,78 milhões
  7. Refinaria De Petroleos Manguinhos - R$ 377,77 milhões
  8. Paranapanema - R$ 317,01 milhões
  9. Irbbrasil - R$ 298,75 milhões
  10. Grupo Pão de Açúcar - R$ 296 milhões
Maiores ganhos (diferença entre o lucro do terceiro trimestre de 2022 e o mesmo período de 2021):
  1. Petrobras (PETR4 e PETR3) - R$ 14,9 bilhões
  2. Suzano (SUZB3) - R$ 6,40 bilhões
  3. Banco do Brasil (BBAS3) - R$ 3,490 bilhões
  4. Vale (VALE3) - R$ 3,082 bilhões
  5. Itaú (ITBU3) - R$ 2,099 bilhões
  6. Oi (OIBR4) - R$ 1,748 bilhão
  7. GOL (GOLL4) - R$ 977 milhões
  8. Klabin (KLBN4) - R$ 956 milhões
  9. Cemig (CMIG4 e CMIG3) - R$ 760 milhões
  10. PetroRio (PRIO3) - R$ 695 milhões

Maiores perdas (diferença entre o lucro ou prejuízo do terceiro trimestre de 2022 e o mesmo período de 2021):

  1. Braskem (BRKM5) -R$ 4,64 bilhões
  2. JBS (JBSS3) -R$ 3,57 bilhões
  3. Cosan (CSAN3) -R$ 3,47 bilhões
  4. Gerdau (GGBR4) -R$ 2,57 bilhões
  5. Copel (CPLE6) -R$ 2,47 bilhões
  6. Raízen (RAIZ4) -R$ 1,59 bilhão
  7. Bradesco (BBDC4) -R$ 1,44 bilhão
  8. Marfrig (MRFG4) -R$ 1,24 bilhão
  9. Santander (BCSA34) -R$ 1,23 bilhão
  10. Usiminas (USIM3) -R$ 1,04 bilhão

O que mais afetou as empresas no último trimestre? Do lado ruim, a explicação é praticamente a China. A política de covid zero, para evitar a contaminação por meio de quarentena - e não pela vacinação com imunizantes eficazes contra novas variantes do vírus - fez a economia local e, portanto, as importações chinesas, despencarem.

"Isso prejudicou a Braskem, a Gerdau e a Usiminas", afirma Virgílio Lage, especialista da Valor Investimentos de Minas Gerais. Todas essas empresas são exportadoras e seu principal mercado é a China.

Mas a Vale se safou. O lucro líquido passou de R$ 20,2 bilhões para R$ 23,29 bilhões, uma diferença de R$ 3,08 bilhões. "A empresa conseguiu diversificar e exportar para outros mercados", diz o analista.

Já a Cosan e a Raízen (que pertence é o braco de combustíveis da Cosan) foram prejudicadas pelo desconto de impostos que o governo federal promoveu no etanol e gasolina. "Ela vendeu os combustíveis com desconto de impostos, mas tinha comprado tudo antes, a preço cheio. Ou seja, a margem encolheu", diz Larissa Quaresma, analista da Empiricus.

Gol teve uma melhora nos resultados, apesar do prejuízo estar entre os maiores do trimestre, já que o número de passageiros cresceu em relação a 2021, quando a pandemia ainda era muito grave.

Por que a Petrobras lucrou tanto? Do lado bom, a Petrobras foi a empresa que teve maior aumento no lucro. Passou de R$ 31,14 bilhões no ano passado para R$ 46,1 bilhões entre julho, agosto e setembro, um aumento de R$ 14,95 bilhões. O preço do petróleo, em alta mundialmente, ajudou.

"Enquanto no terceiro trimestre do ano passado a cotação média foi de US$ 73 por barril, agora, nesse trimestre, ela ficou próxima de US$ 100 por barril. O petróleo mais valorizado ajudou as margens e foi fundamental para a melhora do lucro", diz Ruy Hungria, analista da Empiricus.

Foi o que também aconteceu com a PetroRio, que chegou a um lucro de R$ 792,314 milhões, depois de ter reportado um ano antes ganhos de R$ 97,104 milhões. Ou seja: um resultado R$ 695,21 milhões melhor.

Suzano surpreendeu: Mas uma que surpreendeu foi a Suzano, de papel e celulose. A companhia conseguiu sair de um prejuízo de R$ 961,97 milhões para um lucro de R$ 5,44 bilhões, uma diferença de R$ 6,41 bilhões. No trimestre, o faturamento de vendas de celulose foi de R$ 2,8 milhões, um aumento de 5% em relação ao terceiro trimestre de 2021.

O que fez realmente os números da empresa saírem do buraco foram os resultados financeiros. Com o dólar em alta, a dívida da companhia diminuiu, segundo a própria Suzano. Isso também aconteceu com outras empresas exportadoras, como a Klabin, também da área de papel e embalagens, segundo Lage.

O que afetou Cemig e Copel? As duas são do setor elétrico, mas cada uma teve um desempenho diferente. O que afetou a Copel, segundo Régis Chinchila, da equipe de análise da Terra Investimentos, foi a base de comparação.

No ano passado, a empresa teve um resultado bom, mas atípico, porque recebeu um bônus de R$ 1,04 bilhão de compensação referente à repactuação do risco hidrológico (GSF, da sigla em inglês). O GSF determina quanto cada usina vai receber de energia, independentemente do quanto produziu, já que considera a capacidade de produção de todo o sistema.

E os bancos? Bradesco e Santander ficaram entre os piores resultados, na comparação com o mesmo período do ano anterior, enquanto Itaú e Banco do Brasil foram bem. Todos estão entre os maiores lucros, mas a explicação para a queda no ranking de Bradesco e Santanter está na inadimplência.

"Bradesco e Santander têm linhas mais arriscadas, voltadas para o cartão de crédito, o empréstimo pessoal e as classes C, D e E, mais afetadas pela inflação. Enquanto Itaú e BB focam mais em empréstimos para empresas e para o agro, o que os protege de calotes", explica Larissa.

E como ficam as ações? Petrobras e outras estatais, como BB Seguridade e Banco do Brasil são ações que podem ter grandes oscilações de valores no novo governo. Então segundo Lage, é melhor esperar ou partir para ações dos mesmos setores, como PRIO3 e ITUB4.

Já Larissa, dentre as ações citadas, recomenda a compra de Cosan. A analista acredita que, principalmente depois de a empresa ter comprado participação de 6,5% na Vale, em outubro, as ações podem se valorizar.

Outra boa oportunidade é a Gerdau, segundo Fernando Ferrer, analista da Empiricus. "Parece que ela foi mal, mas não é bem assim. É a base de comparação. O ano passado foi o melhor ano da história da Gerdau. Já 2021 está abaixo, mas ainda é o segundo melhor da companhia. Basta ver o fluxo de caixa que foi de R$ 3 bilhões", diz o analista.

Para Luis Novaes, da equipe de análise Terra Investimentos, outra oportunidade são as ações da Copel e da Cemig, que podem ser privatizadas ano que vem.

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