Em quanto tempo consigo juntar R$ 100 mil guardando R$ 500 por mês?
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Muitos investidores entram no mercado financeiro querendo enriquecer rapidamente. Logo entendem que a prática exige muito mais esforço e tempo do que imaginavam. Pensando nisso, Carlos Castro, planejador financeiro pela Planejar (Associação Brasileira de Planejamento Financeiro), fez as contas a pedido do UOL para mostrar em quanto tempo o investidor consegue acumular R$ 100 mil guardando R$ 500 por mês na poupança, no Tesouro Selic e na renda variável, com ações de empresas. Veja abaixo
Poupança: R$ 100 mil em 14 anos
Na poupança, ao depositar R$ 500 a cada 30 dias, o investidor levaria 14 anos ou 168 meses para ter os R$ 100 mil. Ao final desse período, ele teria na conta o valor nominal de R$ 169.292, que é o valor para manter o poder de compra dos R$ 100 mil no futuro.
Vale observar que a poupança é a opção menos rentável. Pela regra, a sua remuneração está atrelada à taxa básica de juros: quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, o retorno é de 0,5% mais TR. Quando os juros estão abaixo de 8,5%, a caderneta paga 70% da Selic mais TR. Para os próximos anos, a poupança teria um retorno de 66% do CDI. Para se ter ideia, muitas carteiras digitais pagam, hoje, 100% do CDI. Hoje, o CDI está em 13,15% ao ano.
Considere a inflação. Nas simulações, o planejador trabalha com as previsões do boletim Focus para a inflação, que prevê 4,90%, para 2023, 3,90%, para 2024%, e 3,50%, para 2025 e 2026.
Ou seja, os juros reais são muito menores. A caderneta tem um juro real estimado em 2,86% ao ano ou 0,24% ao mês.
Fique atento ao retorno real. Vale destacar que o retorno real dos investimentos vai depender das condições econômicas no futuro, como a inflação e a taxa de juros.
Tesouro Selic: R$ 100 mil em 13 anos
O investidor demoraria 13 anos ou 152 meses para chegar lá. Ao final do período, teria o montante nominal de R$ 162.604. O valor é menor do que na poupança porque o prazo também é menor.
Na aplicação, o juro real anual médio é de 4,33% ou de 0,35% ao mês. É importante lembrar que, além da taxa de juros, o Tesouro Selic possui uma taxa prefixada no momento da contratação que permanece a mesma até o vencimento.
O Tesouro Selic se tornou uma espécie de "queridinho" dos investidores. Isso aconteceu em razão da alta da taxa básica de juros, que passou de 2% ao ano, em março de 2021, para 13,75% ao ano, em agosto de 2022. Em agosto deste ano, a Selic caiu 0,50 ponto porcentual (o primeiro recuo em três anos), para 13,25% ao ano.
É um investimento seguro, já que está garantido pelo Tesouro Nacional. No prazo, é melhor do que a poupança, mas ainda perde para a renda variável.
Renda variável: R$ 100 mil em 10 anos
Na renda variável, um investidor levaria dez anos ou 126 meses para alcançar os mesmos R$ 100 mil com R$ 500 mensais. No final, teria na conta o valor nominal de R$ 149.751.
O juro real desse tipo de investimento é estimado em 8,65% ao ano ou em 0,69% ao mês. É 200% o ganho do CDI, diz o especialista. Ele usou a média de rendimento do Ibovespa dos últimos 10 anos. Ou seja, a média equilibra os períodos em que a Bolsa disparou ou despencou.
É o caminho mais rápido, mas nem sempre é o melhor caminho. Ter a maior parcela dos investimentos aplicados em ações de empresas significa correr mais riscos. No entanto, se o investidor não se sentir confortável, ele pode acabar retirando os recursos em um momento desfavorável e perder dinheiro, o que compromete todo o planejamento.
Dicas para investir
O ideal para o iniciante é começar com a poupança ou o Tesouro Selic. Eles oscilam menos e são mais previsíveis. Também ajudam a criar o hábito de investir.
Depois, dá para diversificar os investimentos. Segundo Thiago Armentano, analista-chefe de ativos globais do Simpla Club, o investidor deve estudar o ativo antes de investir e fugir dos "investimentos da moda".
O melhor é montar uma carteira diversificada, cuja chance de ter esse retorno é maior. Na correlação entre os ativos, uma classe acaba compensando a outra, a depender do ciclo econômico mais expansionista ou recessivo. A diversificação é a melhor alternativa para atravessar ciclos econômicos que não são tão previsíveis assim.
Carlos Castro
Conforme o patrimônio aumenta, é possível buscar diversificar os investimentos. Mas isso depende do perfil e dos planos de vida do investidor.
Eliane Tanabe, planejadora financeira pela Planejar
Aulão 'Quer ser milionário? Veja como investir e o que não te contam'
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