Terror na Bolsa: as 10 ações que mais caíram no último ano
O último ano foi difícil para algumas companhias, principalmente de varejo. Neste Dia das Bruxas, o UOL checou quais foram as dez ações que mais caíram nos últimos 12 meses. Elas estão no setor de varejo, que sofreu com consumidores endividados e juros altos.
Veja as 10 ações que mais caíram no último ano
- Americanas (AMER3): -94,53%
- Casas Bahia (BHIA3): -85,62%
- Magazine Luiza (MGLU3): -69,35%
- Grupo Soma (SOMA3): -64,82%
- Alpargatas (ALPA4): -64,12%
- Pão de Açúcar (PCAR3): -63,43%
- CVC Brasil (CVCB3): -61,65%
- Lojas Renner (LREN3): -59,72%
- Petz (PETZ3): -59,65%
- Carrefour BR (CRFB3): -54,50%
Fonte: Economatica, de 31 de outubro de 2022 até 30 de outubro de 2023
Taxa de juros assombrou varejo
Todas as dez empresas atuam no varejo. O levantamento levou em conta apenas ações do Ibovespa - mais Americanas (AMER3), que em janeiro deste ano entrou em recuperação judicial depois de descoberto um rombo de R$ 25 bilhões nas contas da empresa.
Nesse período, a taxa de juros apavorou. Ela ficou em 13,75% desde o começo de agosto do ano passado, até começar a cair a partir de agosto deste ano, e está atualmente em 12,75%. Nesta quarta-feira (1), o Banco Central deve fazer mais um corte. A estimativa do mercado é que a Selic caia 0,5 ponto, para 12,25% ao ano.
Mesmo com os cortes, ela continua alta e horripilante para os consumidores e o varejo. A taxa alta afasta os consumidores das compras, principalmente de vestuário, móveis, viagens e eletrodomésticos, que geralmente são compras que o brasileiro gosta de parcelar. A CVC, por exemplo, tem prejuízo há 12 trimestres consecutivos.
Ela corrói o lucro dessas empresas em várias frentes. "Uma TV no estoque, que demora mais para vender, é dinheiro que rende zero e perde para a inflação. Além disso, as empresas que trabalham com divisões financeiras sofrem com a inadimplência nos seus cartões. Então elas param de dar crédito para todo mundo e acabam perdendo vendas", declara Nilo Galvani, co-gestor de portfólio da TM3 Capital, de Curitiba.
Os juros amaldiçoam as empresas em crescimento. É o caso da Petz. Com o custo do dinheiro mais alto por causa dos juros, ela não cresce o que o mercado esperava e sua ação cai.
Custos e prejuízos amaldiçoam essas ações
A inflação também aterrorizou. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado há cinco dias, mostrou que houve alta média nos preços de 5,05% nos últimos 12 meses. A dona das sandálias havaianas, a Alpargatas, por exemplo, aumentou preços, já que sua matéria-prima depende do preço internacional do petróleo, que subiu. Por isso, ela vendeu menos no último ano. Ela ainda teve maiores gastos com armazéns e um investimento adicional em marketing.
Concorrência de empresas internacionais amedronta. Mercado Livre, Amazon e Shopee estão ganhando muita participação no mercado, diz Galvani.
O Magazine Luiza está numa espiral de terror. A companhia vem apresentando uma sequência de prejuízos em seus balanços trimestrais. A última vez que teve lucro foi no quarto trimestre de 2021. "Ela está altamente endividada e sofre com a concorrência, especialmente no e-commerce", diz Leandro Petrokas, diretor e sócio da Quantzed, casa de análise.
O varejo alimentar também foi pego. No caso do Carrefour, o que está pesando é a aquisição do BIG, concluída em junho do ano passado. "A integração está sendo mais lenta e custosa do que o mercado previa", explica Galvani.
Se a inflação alta faz consumidores comprarem menos produtos duráveis, a inflação em queda prejudica o setor de supermercados e atacarejos. Conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na semana passada, houve queda na média dos preços de alimentos e bebidas pelo quinto mês seguido. O consumidor que procurava valores mais baixos nos atacarejos volta a fazer compras menores, nos supermercados de bairro, o que afeta ações do Grupo Pão de Açúcar e Carrefour.
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