Bancos, construtoras e educação, veja quais ações devem subir mais em 2024
As perspectivas para 2024 em relação ao mercado de ações são otimistas. As apostas são de que neste ano o Ibovespa bata recordes e possa chegar até aos 153 mil pontos.
Quais ações devem subir mais?
Endividamento é a palavra-chave para descobrir quais ações devem valorizar mais. "As empresas menos endividadas serão as primeiras a dar melhores resultados", diz Alvaro Bandeira, coordenador da comissão de economia da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais (Apimec Brasil) é um deles.
Setor bancário concentra as melhores apostas. Os papéis do Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) são ações que oferecem menores riscos. Elas não vão render números estratosféricos, mas serão as primeiras a apresentarem crescimento. A corretora XP, por exemplo, calcula que o Banco do Brasil (BBAS3), deve apresentar valorização em 12 meses de 11,58%, passando dos atuais R$ 54,67 para R$ 61,00. Itaú tem potencial de 5,52% (de R$ 33,17 para R$ 35) e Bradesco de 15,85% (de R$ 16,40 para R$ 19).
Ganhos ainda maiores. No mesmo setor, outra ação de banco promete bem mais, mas os riscos de quedas repentinas são maiores. São os papéis do BTG Pactual (BPAC11), com potencial de ganhos de 75,36% no ano, com o preço da ação passando de R$ 22,81 para R$ 40.
Empresas de casa
Companhias que atuam no mercado doméstico também têm um bom horizonte à frente. "Essas companhias tendem a performar melhor do que os setores globais em 2024", publicou a corretora Guide, em documento para investidores. Nesse conjunto estão mais uma vez os bancos, a construção civil (impulsionada pelo Minha Casa Minha Vida e pelo ciclo de queda nos juros) e de educação.
Os juros são a mola propulsora dessas ações. As empresas domésticas ganham quando os juros estão em queda. Mesmo ainda em patamares altos, esse ciclo de redução ajuda nas contas dessas companhias, que pagam menos pelos empréstimos feitos. Também ajuda a desafogar o consumidor endividado, que volta a consumir.
A queda no desemprego tem papel importante. O Brasil tem hoje o menor número de desempregados desde o trimestre encerrado em abril de 2015. São cerca de 8,2 milhões de pessoas desocupadas no país. No mesmo período de 2015 eram 8,15 milhões, de acordo com dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
As empresas de educação são as maiores beneficiadas. "Esse é um setor muito suscetível à queda do desemprego. Se ele cai, a taxa de matrículas sobe", diz Leonardo Piovesan, analista da Quantzed, casa de análise e empresa de tecnologia e educação para investidores.
Quais são as oportunidades?
Em construção civil, os nomes mais citados são Trisul (TRIS3) e Cyrela (CYRE3), que têm braços de atuação na faixa do Minha Casa Minha Vida. Mas as empresas de construção e administração de shoppings centers também são uma boa, segundo o Bank of America (BofA).
Vale investir em shoppings. O consumidor, segundo uma pesquisa feita pelo banco com mil respondentes, têm comprado mais em shoppings que em meios online. Eles vêm sendo atraídos por restaurantes e opções de lazer. "Com avaliações atrativas em todos os níveis, continuamos a gostar do setor", publicou o Bofa. A Aliansce Sonae Shopping Centers (ALOS3) é a principal escolha do BofA. A expectativa é que ela passe de R$ 25 para R$ 30.
Em educação, a Anima (ANIM3) é a que mais promete. A expectativa é de uma valorização no ano de 94%, segundo o Itaú BBA, com a retomada de matrículas. A empresa de ensino superior do país, com cerca de 390 mil estudantes, é dona de centros educacionais como Anhembi Morumbi, São Judas, UNIFG e UniCutitiba.
As empresas de proteínas também podem sair ganhando. A estimativa é de Marcelo Nadal, assessor de investimentos da Arcani Investimentos. Uma boa oportunidade estaria com Minerva (BEEF3). Para o Safra, a ação, atualmente na casa dos R$ 7, pode quase triplicar de valor, chegando a R$ 18.
E os produtos básicos?
As companhias de produtos básicos, as chamadas commodities, como petróleo e minérios, continuam crescendo. "O setor se destacou na bolsa brasileira em dezembro, acompanhando a recuperação dos preços de minério de ferro e antecipando a entrega de bons resultados pelas companhias à frente", publicou o Banco do Brasil, em relatório para investidores.
Para o banco, empresas como CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) devem se destacar. O aumento nos preços das commodities ainda não está refletido no valor das ações, então há espaço para que esses papéis ainda subam na Bolsa, justificou o banco.
Petrobras (PETR3 e PETR4) pode continuar ganhando. Mundialmente, as economias devem se aquecer enquanto os produtores de petróleo deverão diminuir a produção. Com isso, há bancos como o francês Société Générale prevendo que o barril poderá alcançar US$ 100 em 2024. Atualmente, o barril do tipo brent está cotado a R$ 77.
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