Embraer avalia fechar fábrica de jato executivo na China, segundo fontes
(Bloomberg) -- A Embraer SA avalia fechar planta de jatos executivos na China, uma unidade que anteriormente fabricava aeronaves comerciais, porque as vendas têm sido lentas, disseram fontes com conhecimento da situação.
A planta de Harbin entregou dois jatos executivos Legacy neste ano, segundo uma fonte, que pediu anonimato porque os detalhes não são públicos. A Embraer, que tem sede em São José dos Campos, no Brasil, projetou para 2015 a entrega de até 130 jatos executivos, que a empresa produz também domesticamente e nos EUA.
A demanda por aeronaves privadas na China está em queda devido ao combate à corrupção impulsionado pelo presidente Xi Jinping, o que leva potenciais compradores a evitarem sinais de ostentação, disse uma das fontes. A maior empresa aeroespacial do país asiático, a Aviation Industry Corp. of China, é sócia na planta e o governo ainda pode tentar mantê-la aberta, disse essa fonte.
"A Embraer mantém suas operações em Harbin normalmente e dentro do planejamento para o ano", disse a empresa, em resposta por e-mail a perguntas a respeito do futuro da fábrica. O fechamento de Harbin coroaria a atribulada história de uma instalação criada para fornecer jatos regionais às empresas aéreas chinesas.
Depois que a última das 50 unidades ERJ-145 foi entregue, em 2011, os órgãos reguladores chineses rejeitaram um plano para a construção de um modelo comercial diferente e a Embraer optou pelo Legacy 600 e 650.
A ressaca da crise financeira de 2008-2009 minou as vendas dos aviões de médio porte, como o Legacy, e esse segmento do mercado registrou seu primeiro ganho em relação ao ano anterior apenas em 2014, segundo a Associação dos Fabricantes da Aviação Geral (Gama, na sigla em inglês). Depois disso, as entregas do primeiro trimestre deste ano caíram 15%.
"Embora nosso setor venha ganhando força nos últimos anos, nós enfrentamos algumas novas dificuldades em diversas regiões do mundo, inclusive na Ásia, em algumas partes da Europa e na América Latina", disse o CEO da Gama, Pete Bunce, em um comunicado, em 8 de maio.
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