Mantega nega recessão e culpa Copa, crise no exterior e seca por PIB ruim
Após a economia brasileira registrar dois trimestres seguidos de queda, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o país não está em recessão. Economistas consideram, em geral, que dois trimestres seguidos de economia encolhendo indicam uma recessão técnica.
"Na minha opinião, não estamos em recessão... É meramente efeito estatístico pelo resultado negativo do segundo trimestre", afirmou ele, durante entrevista coletiva após a divulgação dos dados do PIB (Produto Interno Bruto), nesta sexta-feira (29).
"Recessão é quando você tem desemprego aumentando e renda caindo. Aqui temos o contrário."
O ministro afirmou que o crescimento foi afetado por causa da menor quantidade de dias úteis na primeira metade do ano, devido à realização da Copa do Mundo. Isso teve impacto negativo de 0,2 a 0,3 ponto percentual no resultado total do PIB no segundo trimestre, segundo ele.
"No terceiro trimestre vamos ter 10% a mais de dias úteis. É como termos 10% a mais de produção e comércio", disse.
Após a divulgação do resultado do 1º trimestre, no final de maio, Mantega tinha dito o contrário: que a Copa do Mundo ajudaria a impulsionar os setores de comércio e serviços, e que o resultado do PIB no 2º trimestre provavelmente seria melhor.
Crise internacional, seca e juros altos contra inflação
O ministro também afirmou que o cenário internacional e "problemas localizados", como a seca, afetaram o desempenho econômico do país.
Também pesou a política monetária do Banco Central, que elevou a taxa básica de juros (Selic) a 11% para tentar segurar a inflação ainda alta. Nas contas de Mantega, esse movimento causou restrição de consumo e procura, com impacto de 0,7 a 1 ponto no PIB .
"Vamos ter terceiro trimestre positivo", disse ele, acrescentando que a perspectiva é de "crescimento moderado" no terceiro trimestre.
Dois trimestres de PIB encolhendo e recessão
A economia brasileira, medida pelo PIB (Produto Interno Bruto), encolheu 0,6% no 2º trimestre em relação aos três meses anteriores. Além disso, os resultados do 1º trimestre foram revisados de alta de 0,2% para queda de 0,2%.
Com dois trimestres seguidos de resultado negativo, considera-se tecnicamente que o país está em recessão. Isso não acontecia desde a crise financeira global de 2008 e 2009.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em valores correntes, o PIB do 2º trimestre alcançou R$ 1,27 trilhão.
Em relação ao mesmo período do ano passado, a queda foi ainda maior: de 0,9%.
No acumulado do 1º semestre, houve crescimento de 0,5% em relação a igual período de 2013.
O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em junho de 2014 teve crescimento de 1,4% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.
(Com Reuters)
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