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PF investiga grupos com 'vida de luxo' por fraudes de R$ 10 mi no auxílio

24.nov.2021 - Agentes da Polícia Federal encontraram cartões, arma, munições e dinheiro durante as Operações Vida Fácil I e Vida Fácil II. - Divulgação/Polícia Federal
24.nov.2021 - Agentes da Polícia Federal encontraram cartões, arma, munições e dinheiro durante as Operações Vida Fácil I e Vida Fácil II. Imagem: Divulgação/Polícia Federal

Do UOL, em São Paulo

24/11/2021 08h27Atualizada em 24/11/2021 10h25

A PF (Polícia Federal) deflagrou hoje as Operações Vida Fácil I e Vida Fácil II, que investigam fraudes avaliadas em R$ 10 milhões no auxílio emergencial pago pelo governo federal. Os líderes dos grupos investigados ostentavam uma vida de luxo com a compra de veículos caros e imóveis com os recursos fraudados, informou a PF.

Cerca de 210 agentes federais cumprem 17 mandados de prisão e 54 de busca e apreensão nas cidades de Araçatuba, Bauru, Marília, Birigui, São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, Anápolis, em Goiás, e Maringá, no Paraná.

Segundo a PF, os mandados foram emitidos pela 2ª Vara da Justiça Federal de Araçatuba. As investigações do caso tiveram início no começo deste ano em Araçatuba, depois que a Unidade de Repressão às Fraudes ao Auxílio Emergencial da PF em Brasília recebeu informações sobre as fraudes.

A PF explicou que, após o recebimento de informações e realização do cruzamento de dados, foi possível identificar diversas pessoas com os auxílios fraudados.

"Esta unidade de repressão atua com informações provenientes de um banco de dados que reúne informações estratégicas utilizadas em ação conjunta entre a Polícia Federal, Ministério Público Federal, Ministério da Cidadania, Caixa Econômica Federal, Controladoria-Geral da União, Tribunal de Contas da União e Receita Federal, com o objetivo de desarticular grupos ou organizações criminosas que atuam neste tipo de crime em várias unidades da federação", explicou a PF.

A apuração da PF constatou que "duas organizações criminosas especializadas na prática de furto, mediante fraude, do benefício assistencial, com base na cidade de Birigui/SP, estavam agindo não só na região de Araçatuba/SP, mas também em outros estados". Até o momento, a investigação aponta os prejuízos de mais de R$ 10 milhões aos cofres públicos.

A Justiça Federal determinou as buscas e prisões dos investigados, além do bloqueio de bens e valores deles para tentar restituir os valores.

"Os presos serão indiciados pelos crimes de furto, mediante fraude, praticados por meio de dispositivo eletrônico ou informático, e associação criminosa. Caso sejam condenados, eles estarão sujeitos à pena máxima de até a 16 anos de reclusão."

As apreensões e prisões realizadas hoje devem ser encaminhadas para a sede da PF em Araçatuba. Os investigados presos serão ouvidos pela autoridade policial e enviados para unidades prisionais da região, ficando à disposição da Justiça Federal.

A PF explicou que os nomes das operações Vida Fácil I e Vida Fácil II são referências à ação dos investigados que não apresentam vínculos de trabalho formais e, com o desvio do benefício do governo federal, "objetivavam desfrutar de uma Vida Fácil, com aquisição de bens de alto valor agregado".