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A senadores, Guedes defende parceria do Congresso por reformas e promete recursos para bases

O ministro da Economia, Paulo Guedes - Pedro Ladeira - 12.ago.19/Folhapress
O ministro da Economia, Paulo Guedes Imagem: Pedro Ladeira - 12.ago.19/Folhapress

Ricardo Brito

Brasília

01/10/2019 18h08

O líder do bloco Vanguarda, senador Wellington Fagundes (PR-MT), disse hoje, em entrevista após encontro com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que ele prometeu dividir os recursos da cessão onerosa igualitariamente entre todos os entes federados.

"Tanto é que [Guedes] reconfirmou a ideia da questão da divisão da cessão onerosa, um terço para o governo federal, um terço para o governo estadual e um terço para os municípios", afirmou Fagundes, anfitrião do encontro, que reuniu em almoço Guedes e seis senadores do bloco liderado pelo PL.

O senador contou ainda que Guedes garantiu no encontro o repasse de R$ 4 bilhões a Estados e municípios referentes ao FEX (auxílio para fomento das exportações) e à Lei Kandir. "Conversamos muitos sobre o pacto federativo. O ministro disse que, após a reforma da Previdência ser aprovada, será a hora de apertar o botão do bem", disse.

O ministro da Economia defendeu, no almoço, a parceria com o Congresso por reformas e prometeu uma injeção de recursos para as bases dos parlamentares, segundo relato à Reuters de uma fonte que participou do encontro a portas fechadas.

"Dinheiro vai começar a descer para onde o povo precisa", disse Guedes aos senadores na reunião, que durou cerca de uma hora e meia.

Num afago aos presentes, segundo a fonte, o ministro destacou que são os políticos quem sabem onde os recursos devem ser alocados. Disse que prefere entregar verbas aos políticos do que a ministros e frisou que quer decretar o fim da época do "pires na mão". Sugeriu ainda a aprovação de uma proposta de desregulamentação orçamentária.

Esbanjando otimismo, segundo a fonte, Guedes afirmou que, após oito anos, o país vai começar a reduzir sua dívida, com a venda de ativos e a entrada de recursos do bônus do leilão da cessão onerosa do pré-sal. Disse que o leilão pode render de R$ 500 bilhões a R$ 1 trilhão em recursos. "Vamos reconstruir o Brasil com dinheiro na base", defendeu, ao pedir que senadores votem o que ele precisa.

A dívida bruta do país está em crescimento há seis anos e atingiu, em setembro, patamar recorde de 79,8% do PIB.

Na conversa, segundo a fonte, Guedes prometeu ajudar Estados e citou Minas Gerais, que está com a base fiscal bem deteriorada. Reafirmou a necessidade de seguir com as privatizações e destacou os Correios. "Se não vender, não garante a aposentadoria dos carteiros", afirmou ele.

*Colaborou Gabriel Ponte