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Confiança do setor de serviços continuará em queda, diz FGV

31/08/2015 12h57


O Índice de Confiança de Serviços da Fundação Getulio Vargas (FGV) recuou pela sexta vez seguida, bateu recorde negativo da série histórica, mas ainda não chegou ao fundo do poço, segundo Silvio Sales, economista do Ibre/FGV e responsável pela sondagem.

"A tendência é o aprofundamento de queda da confiança e de forma cada vez mais espalhada entre os segmentos", afirmou.

A expectativa dos empresários do setor é pesquisada desde junho de 2008, e nem durante a crise financeira de 2009 o indicador havia ficado tão baixo, "o que dá ideia da gravidade do quadro", disse Sales. "Mesmo sendo curta, [a sondagem] pegou todo o efeito da crise de 2009", disse.

O movimento negativo do indicador alcançou 11 de 12 atividades em agosto e foi determinado tanto pelas avaliações sobre o momento presente quanto pelas expectativas em relação aos meses seguintes.

O Índice de Situação Atual (ISA) recuou 9,6%, após avançar 4,8% em julho; e o Índice de Expectativas (IE-S) cedeu 1,7%, depois de cair 7,1% no mês anterior. Os dois indicadores que compõem o Índice de Confiança de Serviços alcançaram o pior nível da série.

Uma das consequências do pessimismo do empresariado é o aumento das demissões no setor de serviços, o segmento da economia que mais emprega no país e representa cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB). "O mercado de trabalho está rapidamente se deteriorando e, olhando para frente, a variável de emprego previsto bate o pior da série em agosto", afirmou o economista da FVG.

É o quarto mês seguido em que o indicador prevê um mercado de trabalho pior. Entre julho e agosto, a queda foi de 1,4%. "O sinal é que o mercado de trabalho pode piorar ainda mais", disse Silvio Sales.

A média dos resultados de julho e agosto indicam que a confiança continuará a cair no terceiro trimestre, em um ritmo semelhante ao registrado no segundo trimestre, informa a FGV.