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Como investir em inteligência competitiva para superar seus concorrentes

Marco Roza

Colunista do UOL

15/10/2014 06h00

Quando observamos o cotidiano das empresas em fase de amadurecimento, nos seus 12 a 15 anos iniciais, percebemos que muitos empreendedores estabelecem, nesse curto período, uma rotina similar a adotada por empregados que acreditam serem estáveis nos seus empregos.

A armadilha do cotidiano geralmente surge com a rotina estafante de manter uma empresa em funcionamento. São tantos impostos, tantas continhas picadas, tantos probleminhas e, o pior, tantas fofoquinhas para gerenciar que quando o empresário ou empresária percebe, os anos, os quinquênios e as décadas se passaram.

Os lucros continuam a pingar, mas ao olhar para o mercado descobre que empresas concorrentes com o mesmo perfil estão tremendamente à frente da sua. E quando analisa com mais rigor as razões, talvez conclua, que além do esforço de coordenar o cotidiano, que os concorrentes agregaram inteligência competitiva às suas empresas.

Essa inteligência competitiva requer iniciativa dos donos ou diretores da empresa em buscar ajuda que vai muito além das habilidades de seus subordinados. Por ser uma qualidade intangível exige prospecção semelhante à que se faz ao buscar novos sócios.

As grandes empresas agregam inteligência competitiva através da nomeação ou contratação de um conselho que atua no desenvolvimento de cenários que apresentam e discutem periodicamente com os principais gestores ou donos da empresa.

As empresas iniciantes podem agregar essa inteligência competitiva escolhendo ou estimulando troca de ideias periódicas com algum profissional qualificado, seja do ambiente acadêmico ou aposentado no mesmo setor de atuação da empresa,  por exemplo.

Essa troca de ideias, que deve ser realizada de maneira formal, e com a produção de relatórios e com encaminhamentos gerenciais, que precisam ser colocados em prática e avaliados periodicamente.

Dessa maneira, o proprietário ou gestor que ainda está em fase de amadurecimento da empresa, antes da virada dos 15 anos, por exemplo, se destacará em relação aos seus concorrentes.

Incorporará ideias, melhorará procedimentos, otimizará o relacionamento dos funcionários, reduzirá os ruídos (como as fofocas, por exemplo) e extrairá dos processos da empresa a criatividade competitiva.

Que fará diferença a médio e longo prazos e deixará para trás seus concorrentes. Especialmente aqueles que, em vez de investir na inteligência competitiva, continuarem a se afogar nas burocracias, nos ruídos gerenciais e nas fofocas que corroem o futuro da maioria dos empreendimentos que hoje estão apenas iniciando sua caminhada.