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Como gerenciar o fluxo gerencial de uma empresa em formação

Marco Roza

Colunista do UOL

28/01/2015 06h00

Um dos principais problemas que uma empresa nova enfrenta é sincronizar seus vários departamentos, quando tem um dono só; ou combinar as iniciativas dos vários focos de comando, quando tem mais de um sócio ou depende de vários profissionais qualificadíssimos.

Como sabemos, o principal critério para harmonizar uma organização é a gentileza entre as partes. Mas o excesso de gentileza e de cuidados para não melindrar esse ou aquele sócio ou profissional importante dentro da nova organização acabam criando entraves, que muitas vezes podem comprometer o desempenho ou o sucesso do empreendimento.

Daí a necessidade de se estabelecer, antes mesmo de abrir a empresa, áreas de responsabilidade. E o responsável precisa ter a consciência de que dependerá dele o fluxo gerencial e a palavra final, quando os demais sócios ou profissionais estiverem em dúvida ou em conflito.

É um equilíbrio dinâmico, dificílimo de ser atingido, porque requer muito mais do que as habilidades profissionais. Exige, principalmente, traquejo político, capacidade de buscar a hegemonia de uma organização viva e dinâmica. Sempre em movimento. Porque a dinâmica empresarial exige respostas rápidas para que as oportunidades não escapem pelo ralo da indecisão.

É uma prática gerencial que se aprende praticando a confiança recíproca. Se a gente tem dúvida que a decisão tomada não foi a melhor, devemos nos empenhar para torná-la a mais adequada aos objetivos estratégicos da empresa, naquele momento, naquela oportunidade.

Até que tenhamos a oportunidade de também decidir e, como contribuímos disciplinadamente com nossa parte, é justo que os demais nos recompensem com dedicação e empenho.

Claro que existirão erros, recuos, desacertos. Como também acontecerão sucessos e ganhos. Todos devem ser avaliados, de maneira impessoal, a cada etapa. E, enquanto prevalecer a boa vontade e o foco no negócio, as partes amadurecerão e se harmonizarão.

Lembrando, sempre, que o melhor aprendizado vem dos erros e desacertos. E de como os contornamos. E, principalmente, como os superamos de maneira consciente.

É assim que se acumula o capital gerencial de uma empresa. Essencial para torna-la ágil e criativa, absorvendo as iniciativas e as boas vontades de cada um dos seus membros, sejam eles empregados, profissionais altamente qualificados ou sócios.