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Cinco perguntas ajudam empreendedor a superar os tempos de vacas magras

Marco Roza

Do UOL, em São Paulo

03/06/2015 06h00

Dirigir uma empresa que você apresenta para os demais como sua é uma tarefa espinhosa. Principalmente, nos períodos de vacas magras, lucros ridículos, dívidas perigosamente assustadoras.

Nessas transições, comuns e repetitivas em qualquer organização, o empreendedor se pergunta se vale a pena continuar dando murro em ponta de faca. E, principalmente, se está preparado para sair da enrascada.

Por isso, sugiro algumas indagações que podem nos ajudar.

1. É possível sair dessa enrascada?

Se a sua resposta for positiva, apesar dos balancetes e do saldo negativo no banco, significa que você ainda confia no seu taco, na possibilidade de ajustar a parte da empresa que as dívidas não levaram e voltar a criar valor para novos nichos de novos clientes, além de manter os pouquíssimos parceiros que ainda tem em carteira.

2. Tenho a calma necessária para desenhar uma saída?

Se você consegue se manter sem úlceras, sem o risco de ataques cardíacos, sem depressão e sem culpar terceiros e a crise econômica, política e financeira é possível que tenha uma reserva emocional suficiente para resistir à presente tormenta e aguentar a travessia.

E, o melhor, quando conseguir sentir a terra firme sob os pés, estará preparado para recomeçar a empresa em um novo patamar. Sem medo de ser feliz. Sem reproduzir no seu gerenciamento os pesadelos da crise que quase o abateu.

3. Estou preparado para o fracasso?

Construir uma empresa é acreditar, legitimamente, que construímos também o próprio sucesso. Quando falhamos, é importante saber se estamos preparados para nomear o revés de fracasso. E, o melhor, se estamos prontos para abrir mão do carro, dos restaurantes, dos pequenos luxos que nos presenteamos enquanto tentávamos construir a empresa.

O fracasso, como o sucesso, é transitório. Se você tiver sinceramente essa clareza, não se preocupe muito. Está em condições psicológicas para dar a volta por cima.

4. Você divide o fracasso com os amigos?

O sucesso brilha. O fracasso fede. Nenhum nem outro dá para esconder. Mas é importante que tenhamos a coragem de dividir a realidade opaca que percebemos do nosso próprio sucesso com os amigos mais chegados.

E, da mesma maneira, sermos capazes de descrever, sem dramas, nossos erros. Se exercitarmos esse distanciamento do sucesso e do fracasso, assimilaremos, rapidamente, as lições e, vacinados, reconstruiremos uma empresa muito mais forte.

5. O que você fará diferente ao superar a atual enrascada?

Se no seu dia a dia turbulento, sem grana, sem amigos, sem sossego, você ainda arrumar um tempinho para refletir sobre o futuro e encaixar estratégias nunca antes adotadas na sua empresa até aqui, significa que tem reservas espirituais que o ajudarão a manter sua empresa viva.

Por isso, se premie com dois ou três dias de descanso, chame a pessoa amada para um feriado prolongado, e retorne aberto às novas oportunidades que já estão na curva do universo te aguardando.