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Econoweek

4 investimentos que te pagam um 'salário' e complementam a renda

Yolanda Fordelone

29/09/2020 04h00

Nesses tempos de queda de renda, esta coluna, do Econoweek, resolveu falar de dois caminhos: na semana passada, publicamos sobre o mercado de aluguel de coisas, e hoje chegou a vez de falar de investimentos. Se você pensa em aplicar, mas já quer ir colhendo os frutos (ou seja, não pensa em ficar até o vencimento do título, CDB, etc), conheça abaixo quatro investimentos que te retornam um dinheiro recorrente, uma espécie de salário, que serve para complementar a renda.

Nesses investimentos, você não precisa ficar até o vencimento para já começar a embolsar os lucros, o que é válido em muitos casos. Um exemplo clássico é o aposentado que, em geral, vê a renda diminuir na velhice e, por outro lado, custos como médico aumentarem. Mas se você for novo, isso também vale para você, assim como vale para quem pensa em viver de renda.

Fundos imobiliários

Quando pensamos sobre a ideia de ter uma renda periódica, logo lembramos do aluguel de imóveis. Mas e se você não tiver dinheiro o suficiente para comprar um imóvel inteiro, uma casa, uma loja ou um apartamento para alugar?

Seus problemas acabaram porque existe o fundo imobiliário. Um grupo de pessoas aplica em investimentos imobiliários, que podem ser imóveis para aluguel, os chamados fundos de tijolo. Podem ser também fundos de construção, para levantar um hospital, por exemplo. Podem ser fundos de papéis que investem em LCIs, CRIs, e outros. E tem ainda o fundo dos fundos, que mistura tudo e pode investir em várias coisas.

O fato é que o rendimento desses imóveis via aluguel ou venda cai na conta do investidor de maneira periódica ou mensal. E tem mais: a pessoa física é isenta de Imposto de Renda. Para entender mais de fundos imobiliário, fizemos outro conteúdo. O dinheiro cai na conta da corretora e você pode resgatá-lo para compor a sua renda.

Ações de empresas

Outra possibilidade de renda periódica é aplicar em empresas que paguem bons dividendos. As empresas que possuem ações sendo negociadas na Bolsa de Valores funcionam como pequenas empresas no quesito lucro: buscam ganhar dinheiro e, se conseguem, distribuem parte desse lucro entre os sócios.

A diferença é que, enquanto numa empresa pequena são poucos donos, nas empresas abertas são milhares de pessoas. Todo mundo com a ação tem direito a uma pequena parte desse lucro distribuído. O dividendo também é isento de Imposto de Renda.

O ponto é que nem todas as empresas distribuem um porcentual alto do lucro. Tem empresa que está num momento de comprar outras empresas ou de investir em algo, como algum projeto, e usa parte desse dinheiro na operação.

Companhias que já têm uma receita mais estável e pouca margem para fazer grandes investimentos costumam distribuir um porcentual maior desse lucro em forma de dividendos. Este é o caso das companhias elétricas, por exemplo.

O indicador que mede esse porcentual de distribuição é o dividend yield: quanto maior o número, mais lucro distribuído.

Títulos públicos com cupons (ou juros) semestrais

Você pode emprestar seu dinheiro para o governo comprando títulos públicos via Tesouro Direto. O governo se compromete a devolver o dinheiro daqui um tempo, já com juros e correções.

Dentre as opções de títulos, existem duas que pagam juros semestrais. Isso significa que o dinheiro principal, ou seja, o valor que você investiu, continua a ser devolvido no final, no vencimento, mas os juros são adiantados e pagos semestralmente.

As opções com juros semestrais são títulos prefixados e títulos de inflação IPCA.

O cuidado aqui é que esta é uma opção de investimento indicada se você precisa de fato dessa renda a cada seis meses. O dinheiro pago deixa de render já que sai do investimento. Ou seja, você poderia ter deixado os juros ali investidos até o final, rendendo, mas se escolhe comprar um título com juros semestrais acaba adiantando esse resgate dos juros.

Uma última informação: no caso do Tesouro Direto, há Imposto de Renda, que começa em 22,5%, em investimentos resgatados em até seis meses, e cai gradativamente, até chegar em 15%, após dois anos.

Previdência privada com resgate periódico (longo prazo)

Esta opção é válida já pensando no longo prazo, na sua aposentadoria, pois os fundos de previdência são interessantes para quem aplica num horizonte de pelo menos cinco anos. Na previdência privada, existe o período de captação, quando você investe todos os meses e vai acumulando os recursos, e o período de resgate.

Na data do resgate, há a opção de sacar tudo de uma vez, fazer resgates periódicos ou, ainda, ter uma renda mensal, calculada pela própria seguradora.

O cuidado aqui é escolher planos que tenham baixas taxas de administração, além de um bom histórico de retorno. Afinal, você vai ficar investindo por alguns anos, talvez décadas.

Você possui algum desses investimentos pensando nessa renda periódica? Conte nos comentários ou fale com a gente no nosso canal do YouTube, Instagram e LinkedIn. Também é possível ouvir nossos podcasts no Spotify. A gente sempre compartilha muito conhecimento sobre economia, finanças e investimentos. Afinal, o conhecimento é sempre uma saída!