Ex-executivo de bolsa cripto atualiza 'cargo' no LinkedIn: presidiário
O perfil do ex-executivo da bolsa de criptomoedas FTX Ryan Salame no LinkedIn foi atualizado nesta quinta (11) com um novo "cargo": presidiário na penitenciária federal de Cumberland. A publicação rapidamente viralizou.
Salame (o sobrenome é esse mesmo) apresentou-se hoje à prisão, que fica no estado americano de Maryland, para iniciar o cumprimento de uma pena de sete anos e meio de prisão por violações às leis de financiamento de campanhas eleitorais nos Estados Unidos.
O toque de ironia foi que a "mudança de cargo" ganhou a imagem automática de pessoas comemorando na frente de um bolo, em uma publicação mostrada no feed de seus seguidores. O perfil pode ser visto aqui.
A FTX ganhou o noticiário global depois que a empresa, fundada por Sam Bankman-Fried, quebrou em 2022. O fundador foi acusado de liderar um esquema que desviou R$ 10 bilhões de investidores em criptomoedas.
Salame não respondeu processo pela acusação de desfalque propriamente dito, mas por realizar doações ilegais de US$ 22 milhões a políticos do Partido Republicano.
Lewis Kaplan, o juiz que condenou o ex-executivo, considerou as violações de doações de campanha graves o suficiente para justificar uma pena de prisão mais longa do que a que os promotores haviam pedido.
"Ele sabia que era ilegal, e toda a ideia era esconder isso do mundo", disse Kaplan quando sentenciou Salame em maio, segundo relato da Bloomberg.
No Brasil, doações ilegais a campanhas eleitorais e políticos - como as descobertas a partir dos desvios de contratos superfaturados da Petrobras nos últimos anos - deixaram de ser processadas na Justiça Federal para correr na Justiça Eleitoral, por decisão do Supremo Tribunal Federal.
A mudança beneficiou quem movimentou o dinheiro ilegalmente porque descaracterizou o uso político das doações como crime de corrupção passiva e ativa, que tem penas de 2 a 12 anos de prisão para quem pede e quem oferece vantagens indevidas a agente público.
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