Atenção! Atenção! Por favooooooor me dê sua atenção
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Mãos ao alto! Isso é um assalto. Pare de rolar a tela, digitar e apertar botões. Estou tentando "roubar" 2 minutos da sua atenção.
Olhos agitados, dedos impacientes, corações preocupados. Nunca foi tão difícil garantir alguns segundos de foco dos consumidores, que agora ficam fazendo várias coisas e olhando para várias telas ao mesmo tempo. O antigo "agora vou ler o jornal" virou o "vou ouvir um podcast enquanto olho o Facebook, atento ao Whatsapp".
Pra dificultar, Gusttavo Lima se separa do nada, senador é pego com dinheiro na cueca, a Maísa sai do SBT, o preço do arroz vira piada nacional, Robinho é cancelado e eu estou aqui, tentando levantar uma plaquinha de "vende-se sorvete".
Será que alguém vai olhar pra minha propaganda? Alguém vai perceber a minha voz nesse ambiente barulhento? Às vezes me sinto no meio do show de uma banda de rock pesado tentando ser escutado. O que eu devo fazer?
Dois olhos para mil propagandas
É provável que ao longo do um dia você seja impactado por mais de mil propagandas sem perceber. Marcas aparecem na embalagem da margarina, no intervalo da televisão, na frente do ônibus, na capa da revista, no panfleto do farol, na notificação que apareceu no seu celular, nos muitos e-mails de spam, nos primeiros resultados do Google, no banner do Candy Crush, no encarte no mercado, na ligação do telemarketing, no relógio de rua, no post patrocinado do Instagram e até aqui nesse artigo (pode contar, nessa tela deve haver umas 10 marcas aparecendo em algum lugar). De quantas você vai lembrar hoje à noite?
No passado era bem mais fácil garantir a atenção dos consumidores. Hoje é possível que você tente lançar um produto colocando uma fanfarra de gigantes com uma melancia pendurada no pescoço nas principais avenidas do país e ninguém perceba.
Já existem empresas que usam como indicador de desempenho o número de minutos por dia da sua vida que você gasta interagindo com um produto deles. E não estou falando de uma marca de colchão, mas de empresas de tecnologia que sabem o valor da sua atenção e quantos segundos você fica em cada tela (quem assistiu o Dilema das Redes já entendeu um pouco melhor esse assunto).
Uma revendedora de carros não disputa os seus olhares apenas com outras empresas do seu segmento. Suas mensagens competem com os memes do momento, a polêmica do último jogo de futebol, a eliminação do reality show, as correntes de amizade e tudo que te fizer parar de rolar a tela. E um aplicativo no seu celular? Disputa "apertadas" com tudo que está ao seu redor: "eu ia clicar no app da sua marca, mas aí vi aquele joguinho ao lado e te esqueci".
Então o que eu faço?
A solução para essa missão impossível está em falar a mensagem certa para a pessoa certa da forma certa, no contexto certo. Quando você está pensando em comprar uma viagem, chances são que você vai prestar muito mais atenção às propagandas de pacotes turísticos. Aquela mensagem se tornou muito relevante pra você naquele momento. Mas pra quem não está com a menor pretensão de viajar, esse tipo de anúncio até incomoda. Tanto que muita gente chega a pagar pra não vê-lo.
Pra sua voz ser ouvida em um ambiente barulhento, só há duas opções: ou você cochicha no ouvido da pessoa que está ao seu lado, ou instala um equipamento de som poderoso e grita realmente muito alto no microfone. Ou seja: ou você começa uma conversa interessante e personalizada ou "compra" a atenção das pessoas despejando um caminhão de dinheiro.
Mas seja qual caminho você escolher, não se esqueça: ninguém gosta de ser interrompido por coisa chata. Se você cochichar bobagem no meu ouvido, não vou te deixar chegar perto de novo. Se da sua caixa de som sair algo que não gostei, vou colocar um fone de ouvido pra te evitar. Escolha bem o que vai me mostrar e talvez eu olhe pra você de novo daqui a pouco.
Eu ia terminar esse artigo com uma dica incrível, mas tem um negócio bem legal aqui ao lado. Vou clicar ali e já volto, tá?
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