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Sem unanimidade, BC sinaliza manter juros parados até meados de 2023
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A recente moderação dos índices de inflação, ao lado do recuo das projeções da alta de preços para 2023 e 2024, bem como a recente valorização do real ante o dólar, animaram os diretores do Banco Central, que integram o Copom (Comitê de Política Monetária) a manter, na reunião desta quarta-feira (21), a taxa básica de juros em 13,75% nominais ao ano. Confirmaram assim as previsões e apostas de 80% dos analistas, que não acreditavam em mais uma elevação da Selic.
Os 20% que imaginavam mais uma alta de 0,25 ponto percentual, levando a taxa básica a 14% ao ano, estavam de olho tanto nas incertezas do cenário econômico externo quanto, em relação ao ambiente interno, nas dúvidas sobre o processo de ajuste da política econômica, com o novo mandato presencial. Com eles concordaram dois membros do Copom, fazendo com que a decisão, pela primeira vez em mais de seis anos, não tenha sido unânime.
No comunicado divulgado logo após o fim da reunião, o Copom fez menção a essas questões, mas preferiu reforçar a informação de que se "manterá vigilante", e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado, a avançar mais alguns pontos na taxa básica. A informação de que fará o que for necessário para manter a inflação dentro das metas foi o recado mais duro que substituiu mais uma alta na Selic.
A decisão do Fed (Federal Reserve, banco central americano) de elevar os juros de referência nos Estados Unidos em 0,75 ponto percentual para o intervalo entre 3% e 3,25% ao ano, também nesta quarta-feira, pode ter contribuído para a decisão de manter a taxa Selic no nível em que já se encontrava. Em fato bastante raro, o Fed promoveu uma terceira alta consecutiva da taxa de referência em 0,75 ponto, tudo indicando que ainda fará uma quarta elevação, na mesma intensidade, antes do fim do ano.
Com a manutenção da Selic em 13,75%, encerrou-se o mais prolongado ciclo de altas da taxa básica de juros, na história do sistema de metas de inflação. O ciclo agora interrompido teve início em março de 2021, quando a Selic se encontrava em 2% ao ano.
A previsão do mercado é que os juros básicos fiquem estacionados até meados de 2023, quando começaria a cair, fechando o ano em 11,25% ao ano. Essa expectativa coincide com a mensagem transmitida pelo Copom, segundo a qual continuará avaliando se "a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação".
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