Mariana Londres

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Sinalização do BC para corte de juros em 2024 se restringe a uma letra

Para o mercado financeiro, o mais importante do comunicado que o Banco Central irá divulgar nesta quarta-feira (20) após a reunião para sacramentar o esperado corte de juros de 0,5 ponto percentual é se irá manter o plural no trecho que diz que os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) "anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões".

Se a letra "s" for retirada do texto (para próxima reunião) ou todo o trecho presente nos últimos comunicados for suprimido, o BC abrirá espaço para que o ciclo de cortes de 0,5 p.p. da taxa básica de juros iniciado em agosto do ano passado termine na próxima reunião, no início de maio.

Com o fim dos cortes de 0,5 p.p., a tendência é de cortes de 0,25 p.p. até se chegar a uma taxa terminal dos juros nesse ciclo, que o mercado estima em 9% ao final de 2024.

Em falas públicas recentes, diretores do Banco Central têm chamado a atenção para o aquecimento da economia, com mercado de trabalho em alta, e a pressão sobre os preços, especialmente de serviços. A crescente preocupação sobre os preços e os últimos dados da economia, acenderam um alerta no mercado sobre até quando o BC estará confortável em manter o ritmo de cortes em 0,5 p.p..

"Forward guidance"

Em agosto, o Banco Central brasileiro adotou um "forward guidance", a ferramenta usada por bancos centrais para delinear o curso futuro da política monetária, ao incluir no comunicado o trecho próximas reuniões, reforçado por falas do presidente Roberto Campos Neto de que estava dado naquele momento que os cortes de juros aconteceriam ao menos no cenário de duas reuniões do Copom para frente.

Galípolo

Outro ponto que será observado com lupa pelo mercado é o comportamento de Gabriel Galípolo, diretor de política monetária indicado por Lula e cotado para ser o próximo presidente do Banco Central, a partir de 2025.

Com a chegada de Galípolo, o mercado previa um antagonismo entre ele e a posição mais cautelosa do presidente do Banco Central Roberto Campos Neto. Galípolo tem se alinhado ao presidente Roberto Campos Neto, que aguentou por meses a pressão de Lula no ano passado por um início antecipado do início de cortes.

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O "forward guidance" ajudou a reduzir os ruídos, e, em função das circunstâncias, Galípolo e RCN têm votado alinhados. O que o mercado observa agora é até quando e em que medida vai esse alinhamento.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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