Mariana Londres

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Senado sinaliza que não há espaço para aprovar aumento de imposto

O Senado não aceitou, até o momento, a medida alternativa de compensação da desoneração da folha apresentada pelo líder Jaques Wagner (PT/BA) de aumentar a alíquota da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) em até 1% apenas se as medidas de desoneração apresentadas anteriormente pelo Senado não forem suficientes para cobrir a renúncia em função da extensão da desoneração da folha de pagamentos. O Congresso precisa aprovar medidas de compensação à desoneração até a próxima semana para cumprir a determinação do STF (Supremo Tribunal Federal). Caso isso não aconteça, 17 setores e as prefeituras pequenas voltam a pagar impostos sobre a folha de pagamentos como os demais.

A contraproposta que está na mesa agora é ter no texto do projeto de lei que trata da desoneração da folha (PL 1.847/2024) uma condicionante que se todas as medidas apresentadas pelo Senado não fecharem a conta, o governo então enviaria outro projeto ou medida provisória com uma proposta adicional para cobrir a renúncia. O líder do governo deve levar essa contraproposta ao Planalto.

Com a resistência à proposta de aumento da CSLL, os senadores estão sinalizando que não há espaço dentro do Senado para aprovar qualquer elevação de imposto, o que começou com a devolução da MP 1227, de PIS/Cofins. Em função disso, eles tentam avançar em uma proposta que não traga esse carimbo explícito, de elevação do imposto. Está mantida a disponibilidade dos senadores em aprovar medidas do pente-fino de benefícios condicionada à desoneração.

Apesar disso, ainda se fala em propostas alternativas à elevação da CSLL em até 1 ponto percentual. Foram citadas, por fonte do Senado (1) alteração adicional em JCP, além da que foi feita no ano passado, e (2) elevação de CSLL apenas para instituições financeiras.

Do outro lado, a Fazenda usa a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) , que determinou prazo para o Congresso encontrar medidas de compensação, como argumento de que é necessário apresentar medidas suficientes para fechar a conta.O prazo do Senado para encontrar uma compensação está prestes a acabar, e no cenário de não aprovação, os setores e prefeituras passariam a ser reonerados. Há uma leitura de que a Fazenda mandou tanto a proposta de PIS/Cofins como a da CSLL para mostrar que o Congresso tem que fazer escolhas.

O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, disse nesta quinta-feira (10) que espera que o Congresso peça ao STF um prazo maior até que a proposta que está em discussão seja votada e aprovada na Câmara e no Senado. O prazo se encerra em 18 de julho (o entendimento anterior da liderança era que o prazo expirava em 10 de agosto).

Na negociação, a Fazenda argumenta que a elevação da alíquota da CSLL precisa estar na lei, condicionada à frustração das outras medidas, pois se não estiver a determinação do STF, que exige o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, não será cumprida. Para a pasta, a elevação da alíquota da CSLL não pode ser vista como aumento de imposto pois, além de ser uma medida que pode não ser acionada - caso as demais medidas tragam recursos suficientes - ela só cumpre o papel de compensação uma renúncia decidida pelo Congresso.

Quando acaba a novela da desoneração?

O cenário é que as negociações avancem e o projeto possa ser aprovado pelo Senado na próxima quarta-feira (17).

Clima

Esse cenário de instatisfação do Senado com as medidas que elevam impostos vem desde a devolução da MP 1227, do PIS/Cofins.

Reforma tributária

Essa falta de entedimento tem reflexos também na regulamentação da reforma tributária, que chega agora ao Senado. Pacheco e os líderes sinalizam que não há pressa para a votação da reforma tributária no Senado, falando inclusive em deixar a votação da regulamentação para 2025.

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Projeto de renegociação das dívidas dos Estados

Rodrigo Pacheco está otimista com a aprovação do projeto de renegociação das dívidas dos Estados na próxima semana, o que será uma vitória política importante do presidente do Senado.

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