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REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Quais e quantos aviões de guerra o Brasil tem para atacar e se defender?

Caça Gripen E do Brasil - Divulgação
Caça Gripen E do Brasil
Imagem: Divulgação

Alexandre Saconi

Colaboração para o UOL, em São Paulo

10/04/2022 04h00

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O Brasil tem uma ampla frota de aeronaves passível de ser utilizada em caso de guerra, se necessário. São aviões, helicópteros e drones que podem ser empenhados tanto na defesa do território nacional quanto em um eventual ataque.

A frota de todas as aeronaves militares no país é de 679 exemplares, segundo anuário apresentado pela publicação especializada Flight Global, sem levar em consideração os drones. Esse valor é bem inferior à maior frota do mundo, de 13.246 aeronaves nos Estados Unidos, colocando o Brasil na 16ª posição do mundo, atrás de países como as duas coreias, França, Turquia e Reino Unido.

Nessa reportagem, vamos falar apenas das aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira), que detém a maior frota do país, com 524 exemplares. Marinha e Exército também possuem seus aviões, helicópteros e drones, mas em quantidade bem menor.

A Marinha tem 64 aeronaves com a maioria formada por helicópteros, sendo grande parte idêntica aos da FAB. O Exército, por sua vez, não possui aviões, mas conta com 91 helicópteros em sua frota, além de drones.

Veja a fatia de cada força na frota militar do país:

  • FAB: 77%
  • Exército: 13%
  • Marinha: 9%

Tipos de aviação

Na Aeronáutica, existem vários tipos de aviação (e não apenas a de caça), cada uma com suas características de acordo com a missão a ser cumprida. São elas:

  • Caça
  • Asas rotativas
  • Patrulha
  • Reconhecimento
  • Transporte
  • Transporte especial
  • Instrução
  • Inspeção em voo

Nem todas as aeronaves seriam utilizadas diretamente na linha de combate, mas todas possuem sua importância para manter as Forças Armadas em pleno funcionamento.

Veja um pouco mais sobre cada tipo de aviação a seguir:

Caça

Caça - Montagem/UOL com imagens da FAB - Montagem/UOL com imagens da FAB
F-39 Gripen, F-5 Tiger (em cima, da esquerda para a direita), A-1 AMX e A-29 Super Tucano (embaixo, da esquerda para a direita)
Imagem: Montagem/UOL com imagens da FAB

São os aviões utilizados para ataque de outros aviões e instalações em solo, além de apoio a tropas. O Brasil possui pouco mais de 120 aviões de caça e ataque atualmente, desde modelos mais antigos até o mais recente, o F-39 Gripen.

Aeronaves: Aviões F-39 Gripen E/F, F-5M Tiger, A-1 AMX e A-29 Super Tucano

Asas rotativas

Asas rotativas - Montagem/UOL com imagens da FAB - Montagem/UOL com imagens da FAB
AH-2 Sabre, H-36 Caracul, H-50 Esquilo (em cima, da esquerda para a direita), H-60 Black Hawk, VH-35 e VH-36 Caracal (embaixo, da esquerda para a direita)
Imagem: Montagem/UOL com imagens da FAB

A aviação de asas rotativas é formada por helicópteros que atuam em diversos esquadrões. São modelos com função de ataque, busca e salvamento, transporte, combate, além de outros utilitários.

Aeronaves: Helicópteros AH-2 Sabre, H-36 Caracal, H-50 Esquilo, H-60 Black Hawk, VH-35 e VH-36 Caracal (os dois últimos, usados para o transporte de autoridades)

Patrulha

Patrulha - Montagem/UOL com imagens da FAB - Montagem/UOL com imagens da FAB
P-95 Bandeirulha e P-3AM Orion, respectivamente
Imagem: Montagem/UOL com imagens da FAB

A aviação de patrulha é responsável por vigiar o território marítimo do Brasil, primordialmente. Seus aviões são formados por modelos civis adaptados para poder monitorar a porção oceânica sob responsabilidade do país e suas áreas adjacentes.

Alguns desses aviões são equipados para atacar submarinos, além de serem dotados de sensores tão sensíveis que conseguem ouvir até camarões, golfinhos e baleias.

Aeronaves: Aviões P-3AM Orion e P-95 Bandeirulha (Bandeirante de patrulha)

Reconhecimento

Reconhecimento - Montagem/UOL com imagens da FAB - Montagem/UOL com imagens da FAB
R-35 AM, R-99 e E-99 (em cima, da esquerda para a direita), e os drones RQ 900 e RQ 450, (embaixo, da esquerda para a direita)
Imagem: Montagem/UOL com imagens da FAB

A aviação de reconhecimento é uma das principais forças de defesa do país. Ela é responsável por, entre outras funções, identificar ameaças nas regiões de fronteira, como aviões não identificados.

Ela também investiga possíveis operações ilegais no solo, levantando dados de inteligência para uma ação posterior. Além de aviões, os esquadrões de reconhecimento contam com drones, que também são chamados de ARP (Aeronaves Remotamente Pilotadas) ou Vant (Veículo Aéreo Não Tripulado).

Aeronaves: Aviões R-35 AM, R-99 e E-99, e os drones RQ 900 e RQ 450

Transporte

Transporte - Montagem/UOL com imagens da FAB - Montagem/UOL com imagens da FAB
KC-390, C-130 Hércules, C-105 Amazonas, C-99 (em cima, da esquerda para a direita), C-97 Brasília, C-95M Bandeirante e C-98 Caravan (embaixo, da esquerda para a direita)
Imagem: Montagem/UOL com imagens da FAB

A aviação de transporte é uma das que mais possuem missões a cumprir no cotidiano da Aeronáutica. Segundo o próprio órgão, ela é responsável por realizar:

  • Assalto aeroterrestre (que inclui o lançamento de paraquedistas para locais de combate)
  • Busca e salvamento
  • Evacuação aeromédica
  • Exfiltração e infiltração de aéreas (que consiste em retirar e levar militares ou civis de e para determinadas áreas, como foi a atuação das Forças Armadas no resgate às vítimas de Brumadinho)
  • Reabastecimento em voo
  • Transporte aéreo logístico
  • Combate a incêndio em voo

Aeronaves: Aviões KC-390, C-130 Hércules, C-105 Amazonas, C-99, C-97 Brasília, C-95M Bandeirante e C-98 Caravan

Transporte especial

Transporte especial - Montagem/UOL com imagens da FAB - Montagem/UOL com imagens da FAB
VC-1 e VC-2, respectivamente
Imagem: Montagem/UOL com imagens da FAB

São aeronaves utilizadas para o transporte de autoridades nacionais e estrangeiras, como o presidente da República e líderes de outros países. O VC-1 é um Airbus A319 adaptado para o transporte presidencial que foi batizado de Santos Dumont.

O VC-2 é do modelo E190 da Embraer, e é utilizado com mais frequência em voos nacionais e para transportar ministros e demais autoridades.

Aeronaves: VC-1 e VC-2

Instrução

Instrução - Montagem/UOL com imagens da FAB - Montagem/UOL com imagens da FAB
T-25 Universal e T-27 Tucano, respectivamente
Imagem: Montagem/UOL com imagens da FAB

Estas são as primeiras aeronaves com as quais os futuros aviadores terão contato em seu treinamento, realizado inicialmente na Academia da Força Aérea, em Pirassununga (SP). Não são feitas para utilização em combate, mas, prioritariamente, para o ensino das técnicas de voo aos militares nos anos iniciais de suas carreiras

Aeronaves: T-25 Universal e T-27 Tucano

Inspeção em voo

Inspeção em voo - Montagem/UOL com imagens da FAB - Montagem/UOL com imagens da FAB
IU-50 e IU-93A, respectivamente
Imagem: Montagem/UOL com imagens da FAB

Esses aviões possuem laboratórios a bordo que são utilizados para garantir que todos os auxílios para os voos estejam devidamente calibrados e funcionando, garantindo que todos os aviões, não apenas os militares, possam pousar, decolar e navegar com segurança.

Eles são operados, por exemplo, para aferir a precisão de radares, sistemas de aproximação, rádios, equipamentos de auxílio à navegação, luzes de orientação, entre outros, que permitem aos tripulantes voar adequadamente.

Aeronaves: IU-50 e IU-93A

Posição confortável no continente

Segundo ranking elaborado pela publicação GlobalFirepower, o Brasil tem a segunda maior frota do continente, atrás apenas dos Estados Unidos. Veja a quantidade de aeronaves militares operadas nos principais países do continente (não são contabilizados drones):

  • Estados Unidos - 13.247 unidades
  • Brasil - 679 unidades
  • México - 469 unidades
  • Colômbia - 454 unidades unidades
  • Canadá - 380 unidades
  • Chile - 290 unidades
  • Venezuela - 256 unidades
  • Peru - 243 unidades
  • Argentina - 218 unidades
  • Equador - 113 unidades
  • Cuba - 80 unidades
  • Bolívia - 63 unidades
  • Uruguai - 50 unidades