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Sequestro, fogo, pane: quais são os códigos de emergência na aviação?

No final de janeiro de 2022, um voo que saiu de Campinas (SP) com destino a Salvador (BA) precisou ser inspecionado após o pouso por uma suspeita de sequestro a bordo. O motivo para isso foi um número inserido de maneira equivocada nos sistemas do avião.

O problema ocorreu quando os pilotos inseriram por engano o código para sequestro no transponder da aeronave. Esse equipamento é responsável por transmitir e receber informações como localização, altitude, velocidade, proa etc, identificando a aeronave na tela do radar dos controladores de voo e para outros aviões.

A cada voo costumam ser designados quatro dígitos para cada avião, que o diferenciará dos demais. Entretanto, há um grupo de códigos que só podem ser usados em situações especiais, como foi o caso registrado no final de janeiro.

Quando esses números são programados nos sistemas das aeronaves, as telas dos radares dão destaque para esses aviões, que passam a ser a prioridade do atendimento dos controladores. Entenda a seguir quais são esses códigos e como eles funcionam.

7500 - Interferência ilícita

O código que pode gerar mais problemas se inserido da maneira errada é o 7500, que representa que o avião está sob interferência ilícita, geralmente, um sequestro de aeronave ou se alguém é feito de refém a bordo. Quando esse código é inserido no transponder do avião, uma série de medidas passam a ser tomadas para garantir a segurança do voo.

Além dos controladores de voo, podem se envolver na operação a Aeronáutica, Polícia Federal, entre outros órgãos. Mesmo que seja relatado que houve um engano ao se inserir o código nos sistemas a bordo, uma vez que ele foi registrado será preciso aguardar uma inspeção por parte das autoridades para garantir que a aeronave está segura.

Caso seja confirmada a interferência ilícita, cabe aos órgãos de segurança pública fornecer negociadores, grupo tático e esquadrões antibombas para atuar na ocorrência.

7600 - Falha de comunicação

Se, por algum motivo, os pilotos não conseguirem se comunicar via rádio com os órgãos de controle de tráfego aéreo, eles programam esse código no transponder do avião. Em seguida, são tomadas algumas medidas para tentar restabelecer a comunicação e garantir a segurança do voo.

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Uma dessas ações é acionar aeronaves próximas àquela que está relatando o problema para que elas tentem entrar em contato com o avião que está enfrentando a falha de comunicação.

Esse tipo de problema pode afetar a segurança do voo, já que o piloto deixa de receber as instruções adequadas para voar, se manter afastado de outros aviões e pousar, por exemplo.

Em algumas situações, é possível que a Aeronáutica seja acionada para tentar comunicação e auxiliar as aeronaves com esse problema, fazendo a interceptação e prestando assistência para o pouso.

7700 - Emergência

O código 7700 é usado quando o avião está em uma situação de emergência, seja ela qual for, que represente um perigo iminente e que requeira ajuda imediata. Normalmente esse código será inserido no transponder após a chamada "mayday, mayday, mayday!", frase de emergência usada nesse tipo de ocorrência.

Exemplos de situações nas quais esse código é utilizado é perda de controle, fogo a bordo, falha grave nos sistemas etc.

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Quando esse código é identificado nas telas dos radares dos controladores de tráfego aéreo, o avião passa a receber total assistência das equipes, tendo prioridade, inclusive, para o pouso, se for necessário. Com isso, é dada total liberdade para os pilotos tomarem as ações necessárias para manter a segurança do voo.

Fonte: Rafael Santos, piloto de linha aérea e fundador do Teaching for Free, grupo voltado para ajudar pilotos que buscam recolocação no mercado

Painel de avião de pequeno porte com destaque para transponder programado com o código 1200
Painel de avião de pequeno porte com destaque para transponder programado com o código 1200 Imagem: Nate Steiner/Domínio Público

*Com matéria de fevereiro de 2022

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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