Dólar cai 2,48%, a R$ 3,056, menor valor em mais de um mês
O dólar comercial fechou em queda de 2,48% nesta quarta-feira (8), a R$ 3,056 na venda. É o menor valor de fechamento em mais de um mês, desde 5 de março, quando valia R$ 3,012.
Na sessão anterior, a moeda norte-americana havia subido 0,38%, valendo R$ 3,134 na venda. No mês de abril, o dólar acumula desvalorização de 4,22%.
Investidores avaliaram com otimismo a escolha do vice-presidente Michel Temer (PMDB), na véspera, para assumir a articulação política do governo com os parlamentares.
A escolha de Temer é mais uma tentativa da presidente Dilma Rousseff de melhorar o diálogo com o Congresso Nacional para conseguir aprovar as medidas do ajuste fiscal (corte de gastos e aumento de impostos).
A preocupação dos investidores com os atritos entre o governo e os parlamentares tem influído no mercado de dólar.
No cenário externo, o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) informou que permanece confiante na recuperação da economia norte-americana e no aumento das taxas de juros no país ainda neste ano.
O aumento de juros lá é visto como negativo para o Brasil porque poderia atrair para os EUA recursos atualmente investidos aqui e em outros países.
Inflação em março foi a maior para o mês em 20 anos
Nesta quarta, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que a inflação no mês de março ficou em 1,32%, o maior índice para o mês desde 1995, quando foi de 1,55%.
Com o resultado, a variação acumulada em 12 meses chegou a 8,13%, acima do limite máximo da meta do governo (6,5%).
A intenção do governo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo --ou seja, variando de 2,5% a 6,5%.
Atuações do BC brasileiro
O Banco Central realizou mais um leilão para rolar contratos antigos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em 4 de maio. Foram vendidos 10,6 mil contratos: 5.400 para 1º de março de 2016 e os outros 5.200 com vencimento em 3 de outubro do ano que vem.
A operação movimentou o equivalente a US$ 513,8 milhões. Até o momento, o BC rolou US$ 2,567 bilhões, ou o equivalente a cerca de 25% do lote total com vencimento em maio, correspondente a US$ 10,115 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
Em março, o BC encerrou seu programa de atuações no mercado de câmbio, em que vendia, todo dia, novos contratos de swap com o objetivo de evitar um forte avanço da moeda norte-americana. Não há mais negociação de novos contratos desde março.
(Com Reuters)
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