Dólar cai 1,63% e fecha a R$ 3,814, após governo anunciar cortes de despesa
Em dia de instabilidade, o dólar comercial fechou em queda de 1,63% nesta segunda-feira (14), a R$ 3,814 na venda.
Na última sessão, a moeda norte-americana tinha subido 0,69% e atingido o maior valor de fechamento desde 23 de outubro de 2002. Na semana passada, a moeda acumulou ganho de 0,43%.
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Contexto nacional
Investidores esperavam durante o dia anúncio do governo sobre cortes no Orçamento de 2016 para que ele consiga pagar os juros da dívida em 2016.
Pouco antes do fechamento dos mercados, o governo começou a entrevista coletiva. Nove medidas foram anunciadas pelos ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Fazenda, Joaquim Levy.
É previsto um corte de R$ 26 bilhões nos gastos públicos e um aumento de R$ 28,4 bilhões nas receitas, incluindo retorno da CPMP com alíquota de 0,2%.
As medidas vêm após a agência de classificação de risco Standard & Poor's retirar o selo de bom pagador do Brasil.
Atuações do BC
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em outubro, vendendo a oferta total de até 9.450 contratos. Ao todo, o BC rolou o equivalente a US$ 4,080 bilhões, ou cerca de 43% do lote total, que corresponde a US$ 9,458 bilhões.
Nesta sessão, o BC vendeu 3.500 contratos para 1º de dezembro de 2016 e 5.950 contratos para 3 de abril de 2017. Até a sessão passada, o BC vinha ofertando contratos para 1º de agosto de 2016, substituídos pelos vencimentos em 2017.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
Mercados externos
Apesar do bom humor em relação à política fiscal brasileira, o mercado ainda adotava cautela antes da reunião do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) nesta semana. O BC dos EUA pode fazer o primeiro aumento de juros em uma década.
Essa perspectiva se tornou mais incerta nas últimas semanas, em meio a sinais de desaceleração da economia chinesa.
Juros mais altos nos EUA preocupam investidores, pois podem atrair para lá recursos atualmente investidos em outros países, como o Brasil.
"No Brasil, você tem os cortes de gastos e lá fora você tem o Fed. É motivo suficiente para ter cautela", disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho, à agência de notícias Reuters.
(Com Reuters)
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