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Decisão britânica derruba Bolsas pelo mundo; Itália cai 12,5% e França, 8%

Do UOL, em São Paulo

24/06/2016 15h00

O principal índice de ações europeias despencou nesta sexta-feira (24), pressionado pelas fortes perdas de bancos após a decisão dos britânicos de deixar a União Europeia (UE) levar uma onda de choque aos mercados globais.

O FTSEurofirst 300 caiu 6,65%, a 1.269 pontos. O índice pan-europeu STOXX 600 recuou 7%, a 321 pontos, na maior queda diária desde 2008.

As baixas foram acentuadas pelo fato de que as ações europeias haviam subido nas cinco sessões anteriores em meio às expectativas de que o Reino Unido permaneceria na UE.

"Como os investidores estavam esperando que o Reino Unido continuasse na UE, a votação veio como uma grande surpresa", disse em nota Alexander Krueger, do Bankhaus Lampe, acrescentando que as ações devem apresentar fortes flutuações nos próximos trimestres.

A decisão britânica levantou preocupações sobre as perspectivas de crescimento do Reino Unido e da Europa e reacendeu preocupações sobre instabilidade política no continente, com alguns investidores indicando a Itália como próximo risco a ser observado, e a Espanha tem eleições gerais no próximo domingo.

Pressionados principalmente por bancos, os índices de Milão e de Madri fecharam com as maiores quedas diárias de sua história.

O índice do setor bancário europeu caiu 14,5%, a maior baixa setorial na Europa, também pressionado por preocupações das repercussões do referendo britânico em uma economia regional que já vem lidando com baixos crescimentos.

  • Itália: -12,48%, a 15.723 pontos
  • Espanha: -12,35%, a 7.787 pontos
  • França: -8,04%, a 4.106 pontos
  • Portugal: -6,99%, a 4.362 pontos
  • Alemanha: -6,82%, a 9.557 pontos
  • Inglaterra: -3,15%, a 6.138 pontos

US$ 1 trilhão em um dia

Essas Bolsas perderam mais de 960 bilhões de euros (US$ 1,08 trilhão) em valor de mercado apenas nesta sessão. 

Segundo dados coletados pela agência de notícias Efe, o valor de mercado das principais Bolsas da Europa alcançou, no fechamento de hoje, 5,14 trilhões de euros frente aos 6,1 trilhões de euros na véspera.

Reações no mundo

A decisão dos britânicos de deixar a UE afetou as Bolsas em todo o mundo, levando investidores a buscarem negócios seguros como dívidas de governos bem classificados, o iene e o ouro.

A decisão do Reino Unido pode impedir que o Federal Reserve, banco central norte-americano, eleve a taxa de juros como planejado este ano. Pode até mesmo provocar uma nova rodada de redução de juros pelos principais bancos centrais do mundo.

O Banco Central Britânico já anunciou que intervirá para tentar manter a estabilidade da moeda, mas mesmo os partidários da saída britânica da UE dizem esperar um período de incerteza nos mercados.

As Bolsas da Ásia e do Pacífico também despencaram nesta sessão. A Bolsa do japão tombou 7,92%, a maior queda diária desde março 2011, logo após o tsunami que atingiu o país.

O mercado de ações teve baixa de 1,33% na China. Em Hong Kong, perdeu 2,92% e na Coreia do Sul teve desvalorização de 3,09%. A Bolsa de Taiwan registrou baixa de 2,3%, a de Cingapura desvalorizou-se 2,09% e a da Austrália caiu 3,17%.

Como fica o governo do país

O primeiro-ministro britânico, David Cameron foi a principal liderança na campanha pela permanência do país na UE e anunciou, na manhã desta quinta-feira, que deixará o cargo, ainda que não imediatamente - em seu discurso, ele disse esperar que o Reino Unido tenha um novo premiê até outubro.

Não se sabe ainda quem será seu sucessor; é provável que seja um dos figurões do Partido Conservador que estiveram engajados na campanha pela saída da UE, como o ex-prefeito de Londres Boris Johnson ou o ex-ministro da Educação Michael Gove.

(Com agências)

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