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Após Lula ser condenado, Bolsa acelera alta e dólar cai mais de 1%

Do UOL, em São Paulo

12/07/2017 14h43Atualizada em 12/07/2017 16h47

A Bolsa brasileira acelerou a alta e o dólar passou a cair mais de 1% na tarde desta quarta-feira (12), após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sido condenado, em primeira instância, a nove anos e meio de prisão, deixando-o mais distante das eleições de 2018. 

Por volta das 15h50, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, avançava 1,62%, a 64.867,42 pontos. No mesmo horário, o dólar comercial caía 1,38%, a R$ 3,208 na venda.

"O mercado entendeu que, com a condenação, são menores as probabilidades dele (Lula) se candidatar à Presidência em 2018", afirmou o diretor da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer, à agência de notícias Reuters.

O juiz Sérgio Moro condenou Lula a 9 anos e meio de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso envolvendo um triplex no Guarujá, mas não determinou que o ex-presidente seja preso imediatamente.

Otimismo com avanço da reforma trabalhista

Desde cedo, o dólar já operava em queda e a Bolsa subia, com a combinação de mais otimismo no cenário interno --após a vitória do governo com a aprovação da reforma trabalhista-- e externo, com apostas de que o banco central norte-americano (Federal Reserve, Fed) não vai subir os juros além do esperado.

Na noite passada, o Senado aprovou a reforma trabalhista, uma das principais matérias no Congresso Nacional da agenda do presidente Michel Temer, denunciado por crime de corrupção passiva e que corre o risco de não terminar seu mandato por isso.

"O placar de aprovação da trabalhista foi folgado e, embora seja um termômetro pequeno para a aprovação de outras reformas, ajudou no tom positivo", afirmou o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, à agência. 

O mercado continuava apostando que, com ou sem o presidente, a agenda de reformas deverá prosseguir, uma vez que a atual equipe econômica poderia continuar mesmo com outro assumindo a Presidência do país. Na linha sucessória, está o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo maia (DEM-RJ).

"Parte do mercado está convencido de que um cenário com Maia poderia ser mais arriscado do que com Temer", afirmou um profissional de mercado, que preferiu não ser identificado, em entrevista ao jornal "Valor Econômico". "Desde ontem, a cabeça dos analistas começou a mudar sobre essa questão, diminuindo a aposta no Maia."

BC dos EUA também influencia

No exterior, ajudava na queda do dólar nesta sessão o discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, de que não será preciso elevar tanto os juros nos EUA. Taxas mais altas na maior economia do mundo têm potencial para atrair recursos hoje aplicados em outros mercados, como o brasileiro.

(Com Reuters)