Dólar sobe a R$ 3,764, após 3 quedas; Eletrobras tomba 8% e faz Bolsa cair
O dólar comercial fechou em alta de 1,42% nesta quarta-feira (10), cotado a R$ 3,764 na venda, após três quedas seguidas. É o maior aumento percentual diário desde 11 de setembro, quando a moeda ganhou 1,48%.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em queda de 2,8%, a 83.679,11 pontos. É a maior queda diária desde 10 de agosto, quando a Bolsa perdeu 2,86%.
O resultado da Bolsa foi puxado pelas ações de estatais, principalmente Eletrobras e Petrobras, que fecharam o dia com tombo de 8,36% e 2,87%, respectivamente.
Na véspera, o dólar caiu 1,47%, a R$ 3,711 na venda, menor valor desde 3 de agosto, enquanto o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, ficou estável, a 86.087,55 pontos.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.
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Expectativa sobre privatizações
Segundo analistas, os resultados desta quarta são uma correção após o dólar ter caído bastante recentemente, e a Bolsa, subido. Soma-se a isso a inquietação dos investidores após declarações do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) sobre privatizações.
Em entrevista na noite de terça, Bolsonaro disse ser contra a privatização no setor de geração de energia elétrica e disse estar preocupado com a venda de negócios de energia no Brasil para a China. O candidato disse também que o "miolo" da Petrobras não pode ser vendido e que a empresa não pode "usar do monopólio para tirar o lucro que bem entende".
Essas declarações acabaram tendo forte efeito nas ações da Petrobras e da principal estatal do setor elétrico, a Eletrobras, que chegou a operar em queda de 15% ao longo do dia.
Reforma da Previdência é dúvida
Também afetou o mercado, especialmente o de dólar, a posição do candidato sobre a reforma da Previdência. Ainda na entrevista, Bolsonaro disse que a atual proposta do presidente Michel Temer dificilmente será aprovada.
"Eu, chegando lá, vou procurar o governo para aprovar uma reforma da Previdência que tenha aceitação do Parlamento e a população entenda como sendo justa e necessária", disse.
A reforma é considerada pelo mercado como essencial para equilibrar as contas públicas. Na avaliação do mercado, as declarações do candidato do PSL vão na contramão da visão de seu coordenador econômico, o economista liberal Paulo Guedes. A preferência do mercado por Bolsonaro é justamente apoiada em Guedes, com a expectativa de que eles imponham uma agenda de reformas, corte de gastos e ajuste fiscal.
"Desta forma, ele se coloca numa posição de antagonismo à de seu assessor econômico, que é mais agressivo (no que se refere à reforma da Previdência)", disse à agência de notícias Reuters o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.
Cautela com pesquisa e Paulo Guedes investigado
Após a euforia com a votação expressiva de Bolsonaro (PSL) no primeiro turno (46,03% dos votos válidos, contra 29,28% de Haddad), o mercado ainda aguarda a divulgação da primeira pesquisa de intenção de votos para o segundo turno. Os números do Datafolha devem sair nesta quarta-feira à noite.
Além da entrevista de Bolsonaro, outras notícias envolvendo o candidato do PSL estão no radar dos investidores. Reportagem da "Folha" aponta que o economista Paulo Guedes, que comanda o programa econômico de Bolsonaro, está sob investigação do Ministério Público Federal em Brasília suspeito de associar-se a executivos ligados a PT e MDB para praticar fraudes em negócios com fundos de pensão de estatais.
Atuação do BC
O Banco Central ofertou e vendeu integralmente nesta sessão 7.700 swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Desta forma, rolou US$ 3,08 bilhões do total de US$ 8,027 bilhões que vence em novembro
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
(Com Reuters)
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