Dólar fecha o dia em alta de 0,74% e Bolsa cai 0,73% após ataque dos EUA
O dólar comercial fechou o dia de hoje em alta de 0,74%, sendo negociado a R$ 4,056, após um ataque dos Estados Unidos matar um alto oficial iraniano e agravar as tensões geopolíticas no Oriente Médio.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, registrou queda de 0,73%, encerrando o pregão aos 117.706,66 pontos.
Apesar da alta do petróleo, ações da Petrobras caem
O ataque desta sexta-feira causou uma alta no preço global do petróleo. O petróleo Brent, referência no mercado internaciona, fechou em alta 3,6%, a US$ 68,60 por barril, após tocar máxima de US$ 69,50 na sessão, maior valor desde setembro, quando instalações petrolíferas da Arábia Saudita sofreram ataques. Já o petróleo dos EUA avançou 3,1%, para US$ 63,05 por barril. A máxima da sessão foi de US$ 64,09, o mais alto nível desde abril de 2019.
Apesar da alta, as ações preferenciais da Petrobras, que recebem dividendos primeiro (PETR4), fecharam em baixa de 0,81%, enquanto as ações ordinárias, que têm direito a voto (PETR3), caíram 2,47%.
Com a valorização do petróleo, as empresas petrolíferas tendem a ganhar, o que seria favorável à Petobras. A petroleira brasileira consegue extrair petróleo do pré-sal a um custo da ordem de US$ 10 o barril. Assim, quando a cotação do petróleo sobe, a margem de lucro da companhia melhora.
Por outro lado, existe a preocupação dos investidores que o governo brasileiro possa intervir na companhia, impedindo a empresa de reajustar os preços dos derivados —gasolina e diesel.
"A Petrobras tem praticado o que ela se propôs em termos de preços de derivados de combustíveis. Agora, se houver uma situação em que o preço do petróleo ficar esticando muito mais que isso, existe o risco de a empresa alterar a política. Mas eu não arriscaria apostar nisso. Não vejo como uma tendência desse governo, de interferir na atividade da Petrobras no que diz respeito a preços de derivados", disse o economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira.
Hoje mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro já disse que não pode tabelar nada.
O Iraque, o segundo maior produtor de petróleo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), exporta cerca de 3,4 milhões de barris da commodity bruta por dia.
Oficial morto era considerado herói no Irã
Um ataque aéreo coordenado pelos EUA no aeroporto de Bagdá matou o major-general Qassem Soleimani, arquiteto da crescente influência militar do Irã no Oriente Médio e um herói entre muitos iranianos e xiitas da região.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que uma dura vingança aguarda os "criminosos" que mataram Soleimani.
"Esse evento gerou uma mudança do clima, que estava positivo nos últimos dias. Agora, os possíveis desdobramentos são pouco claros, o que, no curto prazo, gera uma aversão a risco", disse à agência de notícias Reuters o economista da Tendências Consultoria Silvio Campos Neto.
Na visão de Raphael Guimarães, operador de renda variável da RJ Investimentos, a tensão no Oriente Médio pode ser prolongada durante o ano com o desenrolar da história afetando o mercado no longo prazo.
Pentágono diz que ação evitou ataques futuros do Irã
O Pentágono disse que as Forças Armadas dos EUA "tomaram uma ação defensiva decisiva para proteger pessoal dos EUA no exterior ao matarem Qassem Soleimani", e que o ataque foi ordenado pelo presidente Donald Trump para interromper planos de futuros ataque iranianos.
A embaixada dos Estados Unidos em Bagdá pediu a todos os cidadãos norte-americanos que deixem o Iraque imediatamente devido à escalada nas tensões. O medo de uma Terceira Guerra Mundial já toma conta das redes sociais.
No final da tarde, O presidente dos EUA, Donald Trump, fez um breve pronunciamento para anunciar que não pretende interferir na política do Irã ou iniciar uma guerra. Trump afirmou, porém, que "a agressão do regime iraniano à região (do Oriente Médio), incluindo o uso de guerrilheiros para desestabilizar seus vizinhos, precisa acabar".
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para turistas, o valor é sempre maior.
(*Com informações da Reuters)
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