Com temor sobre vírus, Bolsa opera em queda de 3%, e dólar sobe, a R$ 4,21
O dólar comercial opera em alta, e a Bolsa de Valores cai quase 3% hoje. Por volta de 16h, a moeda norte-americana avançava 0,51%, a R$ 4,21 na venda, enquanto o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, se desvalorizava 2,88%, a 114.970,95 pontos.
O pessimismo do mercado brasileiro acompanha a preocupação mundial com o surto de coronavírus. A doença, que começou na China, já infectou mais de 2.800 pessoas e matou mais de 80. O receio do mercado é que o surto afete a demanda dos consumidores e tenha impactos diretos sobre a atividade econômica.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para turistas, o valor é sempre maior.
"As preocupações com saúde pública pesam sobre o apetite por risco e ditam perdas nas ações, enquanto os Treasuries [títulos do Tesouro dos Estados Unidos] e o dólar têm desempenho superior", disseram estrategistas do banco Morgan Stanley em nota a clientes.
Durante o dia, o dólar chegou a atingir R$ 4,232 na venda, maior valor desde 2 de dezembro de 2019. O dólar já acumula alta de 5% em relação ao real neste mês, pior desempenho entre moedas, o que coloca o real a caminho de seu pior início de ano em uma década.
Petrobras e Vale em queda
Por volta de 16h, as ações da Vale (VALE3) caiam 5,5% e as da Petrobras (PETR4), 3,86%. Também estavam em forte baixa as ações da JBS (JBSS3, -6,62%) e Gerdau (GGBR4, -7,01%).
Bolsas da Europa caem mais de 2%
Os possíveis danos aos negócios decorrentes do coronavírus da China derrubaram as ações europeias nesta segunda-feira.
- Bolsa da Alemanha: -2,74%
- Bolsa da França: -2,68%
- Bolsa da Itália: -2,31%
- Bolsa da Inglaterra: -2,29%
- Bolsa da Espanha: -2,05%
- Bolsa de Portugal: -2,04%
O maior choque foi sentido pelos papéis de empresas de luxo, companhias aéreas e hotéis, que têm grande demanda dos consumidores chineses. As principais empresas de luxo da Europa perderam mais de US$ 50 bilhões em valor de mercado desde o início do surto na semana passada.
Bolsa da China fechada por uma semana
Nesta segunda, autoridades chinesas prorrogaram o feriado do Ano Novo Lunar e anunciaram que as Bolsas do país ficarão fechadas por uma semana, até 3 de fevereiro. Empresas chinesas mandaram funcionários trabalharem de casa, em home office, com o objetivo de evitar mais contaminações.
No Japão, o índice de ações Nikkei recuou 2,03% hoje, a maior queda diária em cinco meses.
*Com Reuters
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