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Cinco passos para organizar sua vida financeira bagunçada

Joao José Oliveira

do UOL, em Sao Paulo

24/01/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Consultores financeiros apresentam recomendações para organizar o orçamento e começar a investir
  • Organizar o orçamento mensal e definir planejamento para cada mês é primeiro passo
  • Para quem tem dívidas, renegociar débitos deve ser uma das prioridades
  • Com orçamento organizado e dívidas renegociadas, o próximo passo é iniciar uma poupança

Janeiro é o mês em que os gastos com festas e viagens de fim de ano se embolam com IPVA, IPTU e custos escolares. Para quem passou 2019 inteiro prometendo a si mesmo organizar a vida financeira, o primeiro mês do ano novo pode trazer aquela ressaca moral.

Se esse é o seu caso, veja cinco dicas de especialistas para poder cumprir a promessa, deitar a cabeça no travesseiro e dormir em paz ainda em 2020.

1. Faça um "mapa"

Não adianta iniciar uma viagem sem um mapa. Gaste um tempo —um dia inteiro, se necessário— para organizar seu planejamento. Identifique em detalhes todos os gastos, do pãozinho diário na padaria à mensalidade do imóvel ou o aluguel. Isso permitirá enxergar que gasto dá para reduzir ou eliminar.

Feito isso, defina com a família os sonhos de curto, médio e longo prazos, como uma viagem, comprar uma TV nova ou fazer um curso profissionalizante. "Essas serão suas motivações", disse Ana Rosa Vilches, da Dsop Educação Financeira.

2. Busque formas de pagar as dívidas

De nada adianta fazer planos se você tiver dívidas corroendo seu orçamento, especialmente se o pagamento delas estiver atrasado.

Parece óbvio, mas vemos muitas pessoas inadimplentes ou gastando mais do que recebem e procurando alternativas de investimento. Isso não faz sentido, porque nenhuma aplicação vai render mais do que aquilo que o banco cobra de juros no empréstimo.
Bernardo Pascowitch, presidente do comparador de investimentos Yubb

Os especialistas dizem que essa etapa é a mais penosa na estrada rumo ao porto seguro financeiro. "A pessoa precisa listar, de maneira franca e sem fugir da verdade, quais são as dívidas, da menor para a maior, e começar a negociar cada uma delas", declarou Roberto Góis, diretor da plataforma de renegociação Acordo Certo.

Procure cada credor e, antes de assinar um acordo de renegociação, certifique-se de que as parcelas cabem no orçamento. Dívidas que cobram os juros mais altos, como de cartão de crédito e cheque especial, devem ser transferidas para modalidades com juros mais baixos, como crédito pessoal.

Se o banco ou financeira não aceitar sua proposta de reduzir as taxas, você pode transferir a dívida para outra instituição.

3. Controle os gastos

As parcelas das dívidas entraram na lista de despesas de seu orçamento? Agora a família toda deve assumir o compromisso de não gastar mais do que a renda mensal. É preciso ter uma conversa franca para que todos entendam o que está em jogo.

Se você não tem dívidas atrasadas, mas os gastos estão superando a renda familiar, fique alerta. Em algum momento, você provavelmente vai perder o controle das contas, não conseguindo pagar a fatura total do cartão, por exemplo. Quando isso acontecer, terá que recorrer ao crédito pessoal, ou, pior ainda, ao cheque especial, que cobra taxa de juros de mais de 300% ao ano.

O orçamento estourou em um mês? Ajuste as contas já no mês seguinte, adiando o que não for essencial, como jantar fora, cinema, churrasco e salão de beleza.

4. Crie o hábito de investir

Quando as contas estiverem em dia e os gastos mensais ficarem abaixo da renda, chegou a hora de criar o hábito de investir. "Investir deve ser visto como uma conta que a pessoa está pagando para si mesmo no futuro", afirmou Pascowitch, do Yubb.

O ideal, segundo ele, é investir já no começo do mês. Se adiar para o final do mês, dificilmente vai ter dinheiro sobrando. "Vai aparecer a tentação de comprar algo que não estava planejado. Se investir logo no começo do mês, como se fosse uma conta, fica até mais divertido porque o que sobrar no fim mês será efetivamente algo que a pessoa poderá gastar em consumo", disse o consultor.

5. Comece pela reserva de emergência

Com o dinheiro poupado, primeiro você deve criar uma reserva de emergência, para imprevistos. Isso evita que você eventualmente tenha que recorrer a um empréstimo.

Os consultores recomendam que essa reserva seja o equivalente a pelo menos três vezes o orçamento mensal da família. Se a despesa mensal é R$ 2.000, a reserva deveria ser da ordem de R$ 6.000, por exemplo.

Os recursos precisam estar disponíveis a qualquer momento, ou seja, precisam ter liquidez. Tesouro Selic ou CDBs com liquidez diária são boas opções.

Feita essa reserva, começa a fase de diversificação dos investimentos. Nela, o aplicador começa a buscar opções como Bolsa ou fundos de investimento imobiliário.

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