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Juros do cheque especial e rotativo do cartão sobem e seguem acima de 300%

Do UOL, em São Paulo*

27/12/2019 10h29

Resumo da notícia

  • Juros do cheque especial subiram para 306,6% ao ano; rotativo do cartão foi a 318,3%
  • Esses são números médios e podem variar para cada situação específica
  • Para efeito de comparação, taxa básica de juros do país está em seu menor patamar histórico, a 4,5% ao ano
  • Em janeiro, entra em vigor tabelamento dos juros do cheque especial
  • Bancos poderão cobrar tarifa mesmo de quem não usar limite do cheque especial

Os juros do cheque especial subiram de 305,9%, em outubro, para 306,6% ao ano, em novembro. Na comparação com novembro do ano passado (305,7%) também houve aumento.

Já o juro médio do rotativo do cartão de crédito avançou de 317,6%, em outubro, para 318,3% ao ano, em novembro. No mesmo mês de 2018, a taxa era de 279,8%.

Com isso, os juros nos dois tipos de crédito seguem em patamar elevado, acima dos 300% ao ano. Para efeito de comparação, a taxa básica de juros do país (Selic) está em seu menor patamar histórico, a 4,5% ao ano.

Os dados foram divulgados hoje pelo Banco Central. Esses são números médios e podem variar para cada situação específica, porque os bancos oferecem taxas diferentes de acordo com o plano contratado pelo cliente e a relação entre eles (quem tem mais dinheiro no banco paga menos taxas).

Confira a variação das modalidades de crédito de outubro para novembro:

  • Rotativo do cartão de crédito: subiu de 317,6% para 318,3% ao ano
  • Cartão de crédito parcelado: subiu de 174,4% para 178,8% ao ano
  • Cheque especial: subiu de 305,9% para 306,6% ao ano
  • Crédito pessoal não-consignado: subiu de 99,1% para 103% ao ano
  • Crédito pessoal consignado: caiu de 20,9% para 20,6% ao ano
  • Compra de veículos: caiu de 19,7% para 19,4% ao ano
  • Financiamento imobiliário: caiu 7,4% para 7,2% ao ano

Mudanças no cheque especial

No início do mês, o BC anunciou mudanças para tentar diminuir os juros cobrados no cheque especial. O banco decidiu colocar um teto de 8% ao mês (151% ao ano) para os juros que os bancos cobram na modalidade. Isso é menor que a taxa média atual, mas o custo ainda é muito elevado e continuará representando uma armadilha para os consumidores, apontam consultores.

Outra novidade é a criação de uma regra que permite aos bancos cobrarem uma tarifa dos clientes pela oferta do cheque especial, mesmo que ele não seja usado.

O limite de crédito de até R$ 500 será grátis, sem tarifa. Acima disso, poderá ser cobrada tarifa mensal de até 0,25% sobre o valor do limite que exceder R$ 500. A tarifa deverá ser descontada dos juros a serem pagos se o cliente entrar no cheque especial.

As mudanças entram em vigor em 6 de janeiro de 2020.

Não é a primeira medida para tentar reduzir os juros. Desde julho do ano passado, quem usa mais de 15% do limite do cheque especial por 30 dias seguidos deve ter acesso a uma linha de crédito mais barata para parcelar o valor.

A medida foi anunciada pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) em abril de 2018. A entidade diz que cada banco pode definir qual alternativa oferecer.

Novas regras do cartão

Em relação ao uso do cartão, o consumidor pode usar o rotativo por, no máximo, 30 dias. Após esse período, o banco deve apresentar uma proposta mais vantajosa para o cliente, como o crédito parcelado, no qual o cliente define o número de prestações na hora da contratação. Nesse caso, os juros são mais baixos que no rotativo, mas ainda assim, altos.

Antes, se o consumidor não pagava o valor total da fatura do cartão de crédito, a dívida era jogada para o mês seguinte, por meio do chamado crédito rotativo. Isso acontecia mês a mês, sucessivamente, com a cobrança de juros sobre juros, transformando a dívida numa "bola de neve".

*Com Agência Brasil

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