Juros do cheque especial e rotativo do cartão sobem e seguem acima de 300%
Resumo da notícia
- Juros do cheque especial subiram para 306,6% ao ano; rotativo do cartão foi a 318,3%
- Esses são números médios e podem variar para cada situação específica
- Para efeito de comparação, taxa básica de juros do país está em seu menor patamar histórico, a 4,5% ao ano
- Em janeiro, entra em vigor tabelamento dos juros do cheque especial
- Bancos poderão cobrar tarifa mesmo de quem não usar limite do cheque especial
Os juros do cheque especial subiram de 305,9%, em outubro, para 306,6% ao ano, em novembro. Na comparação com novembro do ano passado (305,7%) também houve aumento.
Já o juro médio do rotativo do cartão de crédito avançou de 317,6%, em outubro, para 318,3% ao ano, em novembro. No mesmo mês de 2018, a taxa era de 279,8%.
Com isso, os juros nos dois tipos de crédito seguem em patamar elevado, acima dos 300% ao ano. Para efeito de comparação, a taxa básica de juros do país (Selic) está em seu menor patamar histórico, a 4,5% ao ano.
Os dados foram divulgados hoje pelo Banco Central. Esses são números médios e podem variar para cada situação específica, porque os bancos oferecem taxas diferentes de acordo com o plano contratado pelo cliente e a relação entre eles (quem tem mais dinheiro no banco paga menos taxas).
Confira a variação das modalidades de crédito de outubro para novembro:
- Rotativo do cartão de crédito: subiu de 317,6% para 318,3% ao ano
- Cartão de crédito parcelado: subiu de 174,4% para 178,8% ao ano
- Cheque especial: subiu de 305,9% para 306,6% ao ano
- Crédito pessoal não-consignado: subiu de 99,1% para 103% ao ano
- Crédito pessoal consignado: caiu de 20,9% para 20,6% ao ano
- Compra de veículos: caiu de 19,7% para 19,4% ao ano
- Financiamento imobiliário: caiu 7,4% para 7,2% ao ano
Mudanças no cheque especial
No início do mês, o BC anunciou mudanças para tentar diminuir os juros cobrados no cheque especial. O banco decidiu colocar um teto de 8% ao mês (151% ao ano) para os juros que os bancos cobram na modalidade. Isso é menor que a taxa média atual, mas o custo ainda é muito elevado e continuará representando uma armadilha para os consumidores, apontam consultores.
Outra novidade é a criação de uma regra que permite aos bancos cobrarem uma tarifa dos clientes pela oferta do cheque especial, mesmo que ele não seja usado.
O limite de crédito de até R$ 500 será grátis, sem tarifa. Acima disso, poderá ser cobrada tarifa mensal de até 0,25% sobre o valor do limite que exceder R$ 500. A tarifa deverá ser descontada dos juros a serem pagos se o cliente entrar no cheque especial.
As mudanças entram em vigor em 6 de janeiro de 2020.
Não é a primeira medida para tentar reduzir os juros. Desde julho do ano passado, quem usa mais de 15% do limite do cheque especial por 30 dias seguidos deve ter acesso a uma linha de crédito mais barata para parcelar o valor.
A medida foi anunciada pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) em abril de 2018. A entidade diz que cada banco pode definir qual alternativa oferecer.
Novas regras do cartão
Em relação ao uso do cartão, o consumidor pode usar o rotativo por, no máximo, 30 dias. Após esse período, o banco deve apresentar uma proposta mais vantajosa para o cliente, como o crédito parcelado, no qual o cliente define o número de prestações na hora da contratação. Nesse caso, os juros são mais baixos que no rotativo, mas ainda assim, altos.
Antes, se o consumidor não pagava o valor total da fatura do cartão de crédito, a dívida era jogada para o mês seguinte, por meio do chamado crédito rotativo. Isso acontecia mês a mês, sucessivamente, com a cobrança de juros sobre juros, transformando a dívida numa "bola de neve".
*Com Agência Brasil
Veja mais economia de um jeito fácil de entender: @uoleconomia no Instagram.
Ouça os podcasts Mídia e Marketing, sobre propaganda e criação, e UOL Líderes, com CEOs de empresas.
Mais podcasts do UOL em uol.com.br/podcasts, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.