Dólar sobe pelo 4º dia seguido e vai a R$ 4,392, um novo recorde; Bolsa cai
O dólar comercial subiu pelo quarto dia seguido e fechou em alta de 0,59%, cotado a R$ 4,392 na venda. É o maior valor nominal (sem considerar a inflação) alcançado pela moeda desde a criação do Plano Real. No ano, o dólar acumula valorização de 9,44% frente ao real. Foi mais um dia sem atuação do Banco Central.
O Ibovespa, por sua vez, encerrou o pregão em queda de 1,66%, aos 114.586,24 pontos, apagando a alta de 1,34% registrada ontem. Em 2020, o principal índice da Bolsa brasileira já soma desvalorização de 0,92%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Covid-19 no radar e pessimismo no cenário doméstico
A epidemia de covid-19 iniciada na China continua sendo o principal ponto de atenção dos investidores. Apesar da queda no registro de novas infecções, o mercado reagiu negativamente à notícia de que o vírus pode se espalhar mais facilmente do que se pensava.
No Brasil, segundo o gerente de câmbio da Tullett Prebon, Italo Abucater, a falta de perspectiva de fluxo de dólar, o atraso das reformas econômicas e os juros baixos também vêm contribuindo para a alta do dólar.
"Não temos juros, então, não tem prêmio para os investidores. O Banco Central fala de encerramento de ciclo [no corte de juros], mas a atividade indica que será necessário mais um corte, e isso vai afetar dólar", comentou Abucater à agência de notícias Reuters.
Sem atuação do Banco Central
Nos últimos quatro pregões (segunda, terça, quarta e quinta), o dólar acumulou alta de 2,09%, superando a queda acumulada de 1,14% na quinta e sexta da semana passada, dias em que houve atuação do BC para segurar a moeda.
Pela manhã, durante um evento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a afirmar que o novo normal é o real estar mais desvalorizado em relação ao dólar.
Recorde do dólar não considera inflação
O recorde do dólar alcançado hoje considera o valor nominal, ou seja, sem descontar os efeitos da inflação, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
Levando em conta a inflação nos EUA e no Brasil, o pico do dólar pós-Plano Real aconteceu no fim do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 22 de outubro de 2002. O valor nominal na época foi de R$ 3,952, mas o valor atualizado ultrapassaria os R$ 7.
Fazer esta correção é importante porque, ao longo do tempo, a inflação altera o poder de compra das moedas. O que se podia comprar com US$ 1 ou R$ 1 em 2002 não é o mesmo que se pode comprar hoje com os mesmos valores.
*Com Reuters
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