Bolsa desaba 7% e dólar sobe a R$ 4,444 após coronavírus confirmado no país
Resumo da notícia
- Moeda subiu 1,16% e bateu recorde de fechamento
- Brasil confirmou hoje primeiro caso de contaminação pelo novo coronavírus
- No mundo todo, aumentam temores sobre os efeitos da disseminação do vírus na economia global
- Dólar subiu apesar da intervenção do BC no mercado de câmbio
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, despencou 7%, a 105.718,29 pontos, nesta quarta-feira (26). As perdas foram lideradas por Gol e Azul, que recuaram 14,31% e 13,30%, respectivamente. Entre as ações mais negociadas, Vale e Petrobras caíram mais de 9,54% e 10,05%, respectivamente.
Foi a maior queda do Ibovespa desde 18 de maio de 2017, quando caiu 8,8%, data da divulgação de um áudio com diálogo comprometedor envolvendo o então presidente Michel Temer.
O dólar comercial fechou em alta de 1,16%, a R$ 4,444 na venda, mesmo com atuação do Banco Central. Este é o maior valor nominal (sem considerar a inflação) de fechamento do dólar desde a criação do Plano Real. A alta veio em meio a temores do mercado sobre a rápida disseminação do coronavírus, que teve o primeiro caso confirmado no Brasil.
A preocupação com o coronavírus tem afetado Bolsas de Valores e a cotação das moedas pelo mundo nos últimos dias. Além do Brasil, foram confirmados os primeiros casos em países como Grécia e Noruega, além de um aumento no número de infectados ao redor do globo.
A epidemia deve reduzir a demanda mundial por diversos produtos, o que geraria uma pressão negativa sobre as exportações brasileiras, afirmou a Guide Investimentos, segundo a agência de notícias Reuters. A Guide também apontou a queda no preço internacional de commodities como outro fator negativo para os mercados. No Brasil, foi o primeiro dia de negociações desde sexta-feira (21) devido ao feriado de Carnaval.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Covid-19 no Brasil e no mundo
Investidores do mundo todo estão preocupados com o aumento de casos de infecção pelo novo coronavírus fora da China, onde a epidemia começou, e os impactos da doença na economia global.
Além da Itália, onde o número de mortos e contaminados subiu mais intensamente nos últimos dias, países como Áustria, Croácia e Suíça também estão registrando seus primeiros casos de contaminação, alimentando preocupações com uma pandemia. Mais cedo, o Brasil confirmou seu primeiro caso de covid-19.
"O Brasil é só mais um [país com caso confirmado]", disse Alvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais, à agência de notícias Reuters. "Era razoavelmente esperado que essa alta do dólar pudesse acontecer."
Intervenção do BC no câmbio
Na tentativa de conter a alta do dólar, o BC anunciou hoje, antes da abertura do mercado local, um leilão de até 10 mil contratos de swap cambial com vencimento em agosto, outubro e dezembro de 2020. Todos foram vendidos nesta sessão.
Amanhã, o BC também colocará à venda até 20 mil contratos de swap com vencimento em agosto, outubro e dezembro deste ano.
À Reuters, a Commcor DTVM explicou que esses leilões extraordinários são "sinalização de vigilância àqueles que tendem a se aproveitar do cenário para elevar a cotação da divisa norte-americana por aqui".
Recorde do dólar não considera inflação
O recorde do dólar alcançado hoje considera o valor nominal, ou seja, sem descontar os efeitos da inflação, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
Levando em conta a inflação nos EUA e no Brasil, o pico do dólar pós-Plano Real aconteceu no fim do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 22 de outubro de 2002. O valor nominal na época foi de R$ 3,952, mas o valor atualizado ultrapassaria os R$ 7.
Fazer esta correção é importante porque, ao longo do tempo, a inflação altera o poder de compra das moedas. O que se podia comprar com US$ 1 ou R$ 1 em 2002 não é o mesmo que se pode comprar hoje com os mesmos valores.
*Com Reuters
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