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Bolsas mundiais voltam a cair, temendo impactos do coronavírus na economia

Investidora usa máscara de prevenção contra vírus enquanto monitora ações em Xangai, China - Claro Cortes
Investidora usa máscara de prevenção contra vírus enquanto monitora ações em Xangai, China Imagem: Claro Cortes

Do UOL, em São Paulo

26/02/2020 10h25

O aumento nos casos de coronavírus e os temores em relação a seu impacto no crescimento global voltaram a afetar os mercados financeiros nesta quarta-feira (26). As Bolsas da Ásia fecharam em queda. Os principais índices europeus operavam em queda, chegando a atingir a mínima em quatro meses.

No Brasil, a Bolsa de Valores e o mercado de dólar comercial começaram a operar às 13h, após ficarem fechados durante o Carnaval. O dólar operava em alta, e o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, após o governo confirmar o primeiro caso de coronavírus no país.

"Para o Brasil, o vírus afetará a balança comercial, com um golpe nas exportações de commodities e uma queda nos preços das commodities prejudicando as receitas de exportação", disse Wilson Ferrarezi, economista da TS Lombard em São Paulo, à agência de notícias Reuters.

O número de mortes e casos por coronavírus subiu na Itália, e vários países europeus estavam lidando com suas primeiras infecções, alimentando preocupações com uma pandemia. O Centro para Controle de Doenças dos EUA divulgou alerta aos cidadãos para se prepararem para o vírus.

Mercados emergentes: menor nível em 12 semanas

As ações dos mercados emergentes atingiram o menor nível em 12 semanas, e a maioria das moedas também era negociada no vermelho.

Pela manhã, o índice MSCI de ações dos mercados emergentes perdia 1%, com as perdas de 2% nas ações sul-africanas e a mínima de 11 semanas do principal índice russo, em queda de 1,2%, somavam-se ao cenário.

O rublo russo caía 0,5%, rondando mínimas de quase seis meses. A lira turca estava em mínimas que não eram vistas desde maio do ano passado. O peso argentino atingiu uma mínima de seis meses.

O peso mexicano parecia estender as perdas para uma sexta sessão, com queda de 0,5% em relação a um dólar mais forte, enquanto o peso colombiano alcançou uma baixa de duas semanas.

As ações do Chile caíram para uma mínima de três anos, com queda de 0,4%, enquanto a moeda teve ganhos.

O principal índice de ações da Colômbia subiu 0,5% após vendas generalizadas em quatro sessões, quando caiu quase 4%.

"O clima no mercado é cauteloso conforme os participantes do mercado monitoram de perto a propagação do surto", disse Ferrarezi.

Índice europeu atinge mínima em 4 meses

Os índices acionários europeus caíram para uma mínima em quase quatro meses.

Por volta de 7:33 (horário de Brasília), o índice FTSEEurofirst 300 caía 1,19%, a 1.557 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdia 1,31%, a 399 pontos, depois de chegar a cair 2,6% mais cedo. O índice registrava sua primeira série de cinco dias de perdas desde julho.

As ações de empresas dos setores de viagens, serviços financeiros, química e tecnologia estavam entre as mais afetadas, recuando entre 3% e 4%.

Bolsas da Ásia fecharam em queda

As Bolsas na Ásia recuaram. O índice de blue chips chinês e o índice sul-coreano Kospi perderam mais de 1%.

  • Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 0,79%, a 22.426 pontos.
  • Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 0,73%, a 26.696 pontos.
  • Em Xangai, o índice SSEC perdeu 0,83%, a 2.987 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, retrocedeu 1,23%, a 4.073 pontos.
  • Em Seul, o índice Kospi teve desvalorização de 1,28%, a 2.076 pontos.
  • Em Taiwan, o índice Taiex registrou baixa de 0,92%, a 11.433 pontos.
  • Em Singapura, o índice Straits Times desvalorizou-se 1,29%, a 3.117 pontos.
  • Em Sydney, o índice S&P/ASX 200 recuou 2,31%, a 6.708 pontos.

Expectativa de mais medidas na China

Existem expectativas de que a China adote mais medidas para impulsionar a economia, incluindo suporte para os setores imobiliário e de infraestrutura, disse Luo Kun, analista do Fortune Securities.

Autoridades da China já anunciaram uma série de medidas para sustentar a economia abalada pelo coronavírus. A epidemia deve ter um impacto devastador sobre o crescimento do primeiro trimestre.

Efeito nos títulos e nos juros dos EUA

Os mercados de títulos estão apostando que os bancos centrais terão que vir ajudar com novos estímulos às economias. Nos EUA, na terça-feira (25), os preços das ações e do petróleo caíram novamente. Os rendimentos dos títulos do Tesouro atingiram mínimas históricas.

Na véspera, aumentaram as apostas em corte de juros nos EUA. No mercado, a aposta é de uma chance de 50% de um corte de 0,25 ponto na taxa de juros no início de abril, e de mais de 0,50 ponto em reduções até o final do ano.

Isso afetou a situação do dólar em relação a outras moedas. "O potencial de queda econômica a partir do vírus nas costas dos EUA esfriou o rali do dólar... derrubando os rendimentos do Tesouro para mínimas de vários anos", disse Joe Manimbo, analista de mercado sênior da Western Union Business Solutions.

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(Com Reuters)