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Dólar emenda terceira alta, de 1%, e vai a R$ 5,242; Bolsa cai 1,36%

Do UOL, em São Paulo

15/04/2020 17h12Atualizada em 15/04/2020 17h22

O dólar comercial fechou em alta pelo terceiro dia seguido, com avanço de 1%, vendido a R$ 5,242. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, caiu 1,36%, a 78.831,46, após duas altas seguidas.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Incertezas sobre efeitos da pandemia

Persistem incertezas sobre os efeitos econômicos da pandemia do coronavírus.

Para Arthur Kroeber, chefe de pesquisa na Gavekal, do ponto de vista do controle de infecções, a perspectiva é muito mais positiva. "O caminho para a recuperação econômica, no entanto, ainda parece lento e difícil", afirmou em relatório.

"Estamos naquele momento de entender que o fato é mais complicado do que se pensava, no que se trata de economia", disse à agência de notícias Reuters Denilson Alencastro, economista-chefe da Geral Asset.

"Teve um pouco de calmaria nos últimos dias, mas estimativas de ontem do FMI [Fundo Monetário Internacional] mostram uma recessão bem forte à frente. Os mercados estão refletindo essa incerteza, essa angústia."

Ontem, o FMI disse que a economia global deve encolher 3% em 2020, o que marcaria a pior recessão desde a Grande Depressão da década de 1930.

Possível demissão de Mandetta

Além do cenário internacional, os investidores também estavam atentos ao cenário político doméstico, depois que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, avisou sua equipe na noite de terça-feira que deve ser demitido pelo presidente Jair Bolsonaro até o final desta semana.

"O noticiário mais confuso, por causa da política, afeta as expectativas. Os governantes não se entendem e isso afeta o preço dos ativos", comentou Denilson Alencastro.

A crise da saúde é apontada como fator agravante para a situação do real, que já vinha sendo prejudicado por um cenário de pouco investimento e juros baixos no Brasil.

O FMI previu que a economia brasileira vai encolher 5,3% neste ano.

Também continuam no radar a chamada PEC do orçamento de guerra e o polêmico projeto de auxílio a estados e municípios, em razão do forte impacto nas contas públicas. Os projetos já foram encaminhados para análise dos senadores.

* Com Reuters

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