Dólar encosta em R$ 6, vira e fecha em queda, a R$ 5,82; Bolsa sobe 1,59%
O dólar comercial começou o dia em alta e chegou a se aproximar dos R$ 6, mas inverteu a tendência após a atuação do Banco Central e fechou em queda de 1,37%, vendido a R$ 5,82. A queda acontece após três altas seguidas que, na véspera, levaram a moeda a bater o recorde nominal de fechamento desde a criação do Plano Real, a R$ 5,901 na venda.
Na contramão, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, começou o dia em queda e depois passou a subir, fechando em alta de 1,59%, após três quedas, a 79.010,81 pontos.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Atuação do BC no câmbio
O BC anunciou duas operações no mercado: às 11h15 comunicou leilão de até US$ 1 bilhão em contratos de swap cambial (vendeu US$ 890 milhões) e às 15h58 informou leilão de venda de US$ 520 milhões à vista.
Cautela no exterior
Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora, citou em nota a clientes ansiedade dos mercados internacionais nesta sessão devido a "uma segunda onda de infecção do coronavírus em alguns países e após o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Jerome Powell, ter se mostrado bastante cauteloso sobre a possibilidade de uma recuperação econômica rápida após a pandemia".
Na quarta-feira, o presidente do Fed disse que os EUA podem enfrentar um "período prolongado" de crescimento fraco e renda estagnada, ao mesmo tempo em que descartou o uso de juros negativos como uma ferramenta de política monetária.
Em nota, o Bradesco disse que a decepção em relação às perspectivas para a política monetária norte-americana, bem como temores em relação a tensões entre EUA e China, ajudavam a impulsionar a aversão a risco global.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira que está muito decepcionado com a China, uma vez que o novo coronavírus surgiu pouco depois de os dois países fecharem a Fase 1 do acordo comercial.
Enquanto isso, em evidência do cenário sombrio para a maior economia do mundo, mais 2,981 milhões de norte-americanos fizeram pedidos de auxílio desemprego na semana passada.
Tensão política no Brasil
No Brasil, "os ruídos políticos e os riscos fiscais não dão trégua", completou Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora.
Nas últimas semanas, após a saída de Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça, a política brasileira tem sido marcada pela incerteza, principalmente em meio a acusações de que o presidente Jair Bolsonaro teria cobrado uma mudança na superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro por motivos pessoais.
O presidente afirma que não citou a PF durante reunião ministerial do mês passado que está no centro de um inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
*Com Reuters
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