IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Bolsa e dólar caem; moeda fecha a R$ 5,241, menor valor em mais de um mês

Do UOL, em São Paulo

16/09/2020 17h15

O dólar comercial fechou em queda de 0,91% nesta quarta-feira (16), cotado a R$ 5,241 na venda, menor valor desde 31 de julho (R$ 5,219). Ontem (15) o dólar subiu 0,27%, fechando a R$ 5,289 na venda.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, perdeu 0,62%, a 99.675,68 pontos. Na véspera, o índice fechou quase estável, com leve valorização de 0,02%, a 100.297,906 pontos.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

EUA mantêm juros perto de zero

O Fed (Federal Reserve), banco central dos EUA, manteve a taxa de juros perto de zero hoje e prometeu deixá-la nesse nível até que a inflação esteja a caminho de "superar moderadamente" a meta de 2% do banco central norte-americano "por algum tempo".

A mudança na orientação faz parte da alteração de política monetária do Fed anunciada no mês passado e que busca compensar anos de inflação fraca e permitir que a economia continue criando empregos por quanto tempo for possível.

Juros no Brasil

Investidores no mercado brasileiro também estavam na expectativa de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que sairá após o fechamento da Bolsa, às 18h.

Após cortar a taxa básica de juros, a Selic, nove vezes desde agosto do ano passado, a expectativa é de manutenção da taxa nos atuais 2%, segundo 37 dos 38 economistas consultados agência de notícias pela Reuters.

O mercado deve ficar atento ao comunicado do BC, para ter pistas sobre decisões futuras sobre juros e sobre os riscos econômicos vistos pelo banco.

"Dentre os riscos para esta previsão, o BC deverá apontar, além do fiscal, uma volta da demanda mais rápida do que o antecipado e as recentes pressões inflacionárias derivadas de altas no dólar e no preço internacional das commodities", disse em nota a equipe econômica da Guide Investimentos.

O patamar baixo da Selic tem sido apontado pelos investidores como um dos principais motores da alta do dólar em 2020, além de riscos políticos e econômicos locais.

"O juro baixo não motivou os investimentos privados com a magnitude imaginada pelo governo, mas neutralizou totalmente a (atração) dos investidores estrangeiros pelo mercado brasileiro de renda fixa, impactando no fluxo cambial", afirmou em nota Sidnei Moura Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora.

A sessão ainda tinha como pano de fundo a melhora da previsão econômica para o Brasil em 2020 pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), embora a estimativa para 2021 tenha piorado.

*Com Reuters