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Ação do Pão de Açúcar despenca 66%; Bolsa sobe, e dólar fecha a R$ 5,601

O dólar comercial fechou hoje em leve queda de 0,09% ante o real, cotado a R$ 5,601 na venda - Eva HAMBACH / AFP
O dólar comercial fechou hoje em leve queda de 0,09% ante o real, cotado a R$ 5,601 na venda Imagem: Eva HAMBACH / AFP

Do UOL, em São Paulo

01/03/2021 17h23Atualizada em 01/03/2021 19h33

O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, fechou em alta hoje (1). O índice teve valorização de 0,27% aos 110.334,83 pontos. Os papéis do Pão de Açúcar caíram 65,84%, a R$ 23,33.

As ações da rede de supermercados Assaí, que estavam juntas do Pão de Açúcar, foram separadas e agora são negociadas à parte na Bolsa. Hoje, as ações do Assaí fecharam cotadas a R$ 71,40, em alta de 386% na comparação com o preço de estreia do papel. A separação das duas empresas na Bolsa foi aprovada no dia 31 de dezembro de 2020 e concluída nesta segunda-feira, com o início da negociação.

Na sexta-feira (26), o Ibovespa teve queda no dia de 1,98% aos 110.035,17 pontos, terminando a semana com perda de 7,09%. Foi o pior resultado desde a semana entre 16 e 20 de março de 2020, quando acumulou queda de 18,88%.

Na Bolsa, a alta de 0,27% veio após o Ibovespa acumular em fevereiro o pior desempenho mensal em cinco meses com riscos fiscais e interferência na Petrobras, ampliando a queda em 2021 para 7,55%.

Já o dólar comercial fechou hoje em queda de 0,09% ante o real, cotado a R$ 5,601 na venda. Sexta-feira (26), o dólar comercial fechou com valorização de 1,66%, vendido a R$ 5,606. A moeda acumulou alta de 4,09% na semana passada e de 2,39% em fevereiro.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Fonte de preocupação do mercado no mês passado, o mercado de títulos nos EUA se acalmava, com os rendimentos dos títulos de dez anos caindo ante máximas recentes.

Enquanto isso, a atenção dos investidores também se voltava para perspectivas de aprovação de mais US$ 1,9 trilhão em estímulo econômico nos Estados Unidos, à medida que o pacote do presidente Joe Biden segue para o Senado.

"A alta dos juros dos títulos públicos nos países centrais fez uma pausa nesta segunda, abrindo espaço para recuperação dos índices de ações e dos preços das commodities", escreveram analistas da XP Investimentos à Reuters.

"Bancos Centrais nos EUA, Europa e Ásia vêm reforçando que não pretendem reverter os estímulos monetários tão cedo. Os fundamentos para os juros mais elevados, contudo, continuam valendo, especialmente nos EUA, onde Biden segue pressionando por seu pacote (...), mesmo com a economia recuperando e as boas notícias da vacina (...)", completaram.

Contas públicas

No Brasil, investidores acompanhavam com cautela as perspectivas para as contas públicas, em meio às discussões de mais ajuda financeira para a população vulnerável afetada pela pandemia.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta segunda-feira que o auxílio emergencial será pago até junho deste ano, em parcelas mensais de R$ 250, apesar de a Proposta de Emenda à Constituição que inclui o pagamento, a chamada PEC Emergencial, não ter ainda acordo para ir à votação.

"O governo age para evitar novas desidratações e, no limite, para que senadores não decidam votar apenas a parte que permite a implementação do benefício, sem as contrapartidas fiscais", escreveu a XP sobre o andamento da PEC.

Já o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou na manhã de hoje que está "quase tudo certo" para o pagamento de uma nova rodada do auxílio emergencial.

"O auxílio emergencial movimenta a economia local. Está quase tudo certo, teve uma reunião de três horas ontem a noite aqui", citou Bolsonaro para apoiadores, no período da manhã de hoje, na saída do Palácio da Alvorada.

Economia deve ter retração

A economia caminha para uma contração neste primeiro trimestre e a escalada da pandemia ameaça fazer do segundo trimestre outro período perdido, avaliou nesta segunda-feira Emerson Marçal, coordenador do Centro de Macroeconomia Aplicada da Escola de Economia de São Paulo da FGV (FGV EESP), o qual estima que o PIB tenha registrado em 2020 um dos piores desempenhos em mais de um século.

"Fevereiro foi um mês estranho, sem Carnaval, sem maior circulação de pessoas... E alguns números de confiança, que são um indicador antecedente da atividade econômica, têm vindo piores", afirmou.

(Com Reuters)

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Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado no título anterior deste texto, o dólar acumulou alta de 2,39% em fevereiro, e não de 4%. A informação foi corrigida.